Jacó Lula da Silva

Economia

Mario Augusto de Almeida Neto (Jacó) é técnico em agroecologia. Nascido em Jacobina, aos 17 mudou-se para Irecê, onde fundou e coordenou o Centro de Assessoria do Assuruá (CAA) e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Como deputado estadual (2019-2022), defende as bandeiras do semiárido baiano, agricultura rural e movimentos sociais. Ao assumir a cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, incorporou o "Lula da Silva" ao seu nome, por reconhecer no ex-presidente o maior líder popular do País. Na Alba, é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública e membro titular das Comissões de Saúde, Defesa do Consumidor, Agricultura e Política Rural e Promoção da Igualdade.

A Bahia no compasso da pesquisa e da ciência

Sou um curioso e entusiasta a respeito do uso da tecnologia no campo e na agricultura, mas não a tecnologia que destrói e agride a natureza, o solo, a água, a biodiversidade e a comida que chega em nossas mesas. A tecnologia a serviço do social, aliada à agroecologia, que promove a união de vários saberes, povos e disciplinas científicas.

Pesquisadores e cientistas estudam e apresentam soluções para os problemas do dia a dia, presentes em áreas tão diversas como saúde, energias renováveis, educação e segurança. Mas fomentar e financiar projetos que unam ciência e inovação, sejam eles na agricultura ou na saúde, exige ações integradas, colaboração entre universidades e instituições de pesquisa, governos, sociedade e setores produtivos.

Em um ano de quase 200 mil mortes somente no Brasil causadas pela pandemia do novo coronavírus, incertezas e tensões como foi 2020, assistimos incrédulos ao anúncio da produção em tempo recorde das primeiras vacinas contra a Covid-19. A russa Sputnik V, cuja eficácia bate a casa dos 90%, foi a primeira a ser registrada, em agosto. Uma prova de que investimentos em pesquisa científica e inovação podem dar à sociedade. Atualmente, mais de 200 vacinas são desenvolvidas em todo o mundo.

Convencido da importância que a pesquisa científica tem para a Bahia, do papel estratégico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) para esse setor, e dos muitos prejuízos causados aos estudantes pela situação de isolamento social imposta pela pandemia, apresentei ao governador Rui Costa, por meio de indicação, solicitação para que as bolsas de mestrado e doutorado mantidas pela instituição fossem prorrogadas.

O Programa de Bolsas da Fapesb, vinculada à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), é o segundo maior do País em números absolutos de bolsas de mestrado e doutorado, perdendo apenas para São Paulo. Abrange 23 instituições de ensino superior e pesquisa e foi responsável, em 2020, por elevar a Bahia em 10 posições no quesito “Inovação”, no Ranking de Competitividade dos Estados do Centro de Lideranças Públicas.

Graças à Fapesb e ao conjunto de pesquisadores que vem ajudando a formar ao longo de duas décadas, desde a sua criação, em 2001, que tomamos conhecimento de projetos e pesquisas tão extraordinários e necessários, como o desenvolvimento de sorvetes com uso medicinal, a descoberta de vírus em animais que podem causar doenças no corpo humano, o uso de bactérias da caatinga para combater a seca e muitos mais.

Apenas no que diz respeito à Covid, podemos citar o estudo de Edna Araújo, pesquisadora da Uefs, que realizou pesquisa com abrangência no Brasil e EUA, sobre a relação entre racismo e pandemia; o porquê de certos pacientes desenvolverem formas mais graves de infecção do que outros; o mapeamento da doença na Bahia feito por universidades estaduais; uso do cacau para produção de medicamento contra o vírus, entre outros.

Suporte da Secti para a implementação da Política Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, a Fapesb conta com recursos orçamentários garantidos e equivalentes a 1% da receita do Estado, beneficiando milhares de estudantes, pesquisadoras e pesquisadores, além dos investimentos em projetos e programas para o desenvolvimento científico e tecnológico do estado.

Na contramão do governo federal, acreditamos no poder da ciência que gera conhecimento, trabalho, emprego, renda e qualidade de vida para a sociedade. Na discussão de políticas públicas que interfiram na vida do povo baiano, por exemplo. Precisamos ainda e sempre de mais investimentos e editais, é fato. Mas reconhecemos e parabenizamos o esforço do Governo do Estado, através da Secti e Fapesb, nesse setor.

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