Jacó Lula da Silva

Economia

Mario Augusto de Almeida Neto (Jacó) é técnico em agroecologia. Nascido em Jacobina, aos 17 mudou-se para Irecê, onde fundou e coordenou o Centro de Assessoria do Assuruá (CAA) e a Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA). Como deputado estadual (2019-2022), defende as bandeiras do semiárido baiano, agricultura rural e movimentos sociais. Ao assumir a cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, incorporou o "Lula da Silva" ao seu nome, por reconhecer no ex-presidente o maior líder popular do País. Na Alba, é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública e membro titular das Comissões de Saúde, Defesa do Consumidor, Agricultura e Política Rural e Promoção da Igualdade.

Educação pública na Bahia, uma história reescrita a partir do Enem

Quem diz que ensino público é ruim, certamente nunca ouviu falar em Michelly, Gustavo, Helder, Livia, Gabriela, Ionete ou Ligia. Estudantes de diversas regiões da Bahia, oriundos da rede estadual, eles são a prova viva e inspiradora de que disciplina, vontade, foco e apoio familiar, motivacional e pedagógico podem render notas acima de 800 na Prova de Redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Agora é esperar que este resultado se converta na desejada vaga no ensino superior.

Aluno da rede pública de Xique Xique, Helder dos Santos Lima é um desses jovens obstinados que, contrariando todas as expectativas, enfrentou uma concorrência que mobilizou 2,4 milhões de candidatos e ficou entre os 28 brasileiros com nota 1.000 na Redação. Estudante do cursinho UPT, ele contou que a partir de 2018 passou a manter uma rotina pesada de estudos nos três turnos. Dedicava-se ao Português pela manhã, com treinamento de redação, ia para a escola à tarde e frequentava as aulas do UPT pela noite.

São meninos e meninas de Irecê, América Dourada, Amargosa, Barro Alto, Poções, com idades entre 17 e 19 anos, que resistiram à fadiga emocional gerada por um vírus contagioso e mortal, ao isolamento social, e concluíram o ensino médio utilizando a nota do Enem como forma de aproveitamento. A Covid-19 fez com que a prova de 2020, que é aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) desde 1998, só fosse realizada em 2021, nos dias 17 e 24 de janeiro.

Durante todo o ano de 2020, mesmo com a suspensão das aulas presenciais por causa da pandemia, a Secretaria da Educação do Estado desenvolveu uma série de programas voltados à preparação dos estudantes para o exame: o ENEM 100%, conjunto de aulões virtuais até a véspera da prova com transmissão pelo Canal do Youtube da SEC; o Programa Universidade para Todos (UPT); o Sistema de Avaliação Baiano de Educação (Simula SABE); e os programas “Estude em Casa” e “Hora do Enem”, exibidos pela TVE em parceria com a Fundação Roberto Marinho, voltados para jovens que não têm acesso à internet. A SEC também manteve o programa Mais Estudo, por meio do qual, os estudantes monitores puderam contribuir na aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática dos colegas, utilizando diferentes plataformas digitais.
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No Portal da Educação (www.educacao.ba.gov.br), os estudantes baianos tiveram e têm acesso, por exemplo, à Plataforma Anísio Teixeira, que contém mais de 10 mil conteúdos digitais educacionais e aulas do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica (EMITEC), além de conteúdos construídos com as 12 Instituições de Ensino Superior (IES) públicas na Bahia (UNEB, UEFS, UESB, UESC, UFBA, UFOB, UFRB, UNILAB, UFSB, UNIVASF, IFBAIANO E IFBA). No mesmo endereço da web, foram disponibilizados mais de 1.400 roteiros de estudos on-line e as Pílulas de Aprendizagem, que consistem em atividades voltadas para os conteúdos prioritários de cada série dos ensinos Fundamental e Médio.

Com a publicação no Diário Oficial (DO) do decreto nº 20.004, em 22 de setembro do ano passado, pelo Governo do Estado, o programa Universidade para Todos (UPT) ganhou estatura de lei, de política pública instituída.

O UPT é executado pela Secretaria da Educação em parceria com as universidades públicas estaduais, porém, não havendo cobertura de atendimento ao programa em algum território e/ou município, a partir dos municípios-sede destas universidades, a SEC poderá firmar parceria com outra instituição de ensino superior pública autorizada pelo MEC que promova curso de formação superior, como a UFRB, passou a integrar a parceria. Além das aulas regulares, são realizados projetos complementares, como seminários, oficinas, simulados e orientação profissional.

Segundo a SEC, em 10 anos, o programa UPT possibilitou o ingresso ao ensino superior em diversos cursos para, aproximadamente, 22 mil alunos, concluintes e egressos do ensino médio da rede pública estadual. Conforme frisou o secretário Jeronimo Rodrigues, com o decreto do UPT, o Governo baiano reafirma a prioridade do Estado com as políticas para a juventude, que integram uma série de programas com foco no Ensino Superior, a exemplo também do Mais Futuro e do Partiu Estágio, proporcionando oportunidade de aprendizagem para jovens em condição de vulnerabilidades social e econômica.

Democratizar o acesso à universidade era uma marca dos governos Lula e Dilma, preocupação que se reveste hoje de compromisso num momento tão obscuro da história do Brasil. Aproveitamos para agradecer e parabenizar o governador Rui Costa e o secretário Jerônimo Rodrigues pelo muito que têm feito e realizado pela educação pública na Bahia.

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