24 novembro 2024
O senador Jaques Wagner (PT) defendeu, nesta segunda-feira (30, o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode servir ao propósito de anular condenações da operação Lava-Jato, negando que a decisão importe na anulação de processos. Ele também deu a entender que não defende o lançamento de várias candidaturas à Prefeitura de Salvador apenas “por lançar”. As declarações foram dadas ao Política Livre por Wagner ao chegar para o encontro estadual do PP, que acontece hoje na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB).
“O que eles (os ministros do STF) disseram é que não falaram nenhuma novidade. É que o processo legal manda que o último a falar é o dito acusado. Então não está anulando o processo. Está dizendo que não foi cumprido o rito e tem que se fazer de novo. Do meu ponto de vista, a decisão é corretíssima, porque o Brasil estava totalmente fora de suas normas do Judiciário e do Ministério Público”, afirmou o senador.
Sobre a idéia de os partidos da base lançarem várias candidaturas contra o candidato do prefeito ACM Neto (DEM), ele foi crítico da estratégia, já admitida pelo governador Rui Costa (PT). “Só tem sentido lançar candidautra, se a candidatura tiver alguma consistência, então não acho que haja pulverização em si. Se tiver quatro, cinco candidatos com musculatura que queiram se lançar, para mim é normal”, declarou.
Ele ainda observou que não acha que a pulverização de nomes vá determinar o resultado final, mas ponderou: “agora lançar por lançar no sentido de pulverização não tem sentido. Agora, não podemos impedir ninguém que queira se lançar”. O senador também admitiu acreditar que as forças ligadas a ele farão a maioria na direção do PT estadual, elegendo para a sua presidência seu assessor Éden Valadares, mas defendeu a unidade.
“Acho que temos uma maioria bem formada. A votação dele (Éden) foi muito significativa. Acho que a gente vai fazer uma maioria. Tou pregando que no máximo a gente tem que fazer uma unidade do partido, porque o momento nacional é muito difícil”, declarou, avaliando ainda que o ex-presidente Lula está no seu direito de não topar evoluir para um regime semi-aberto de prisão, mesmo porque estão cobrando uma “fiança que ele não tem como pagar”.
“Não podem obrigar ele. O que tem visto é que para ir para o semi-aberto o MP está impondo um pagamento. Se for isso, ele (Lula) não tem como pagar, pelo menos pelo valor que colocaram. Eles estão muito preocupados com Lula”, ironizou, referindo-se aos procuradores da República.