Foto: Mari Leal/Política Livre
Rui cobrou, inclusive, que a imprensa assuma lado em defesa da sociedade na cobertura da greve 09 de outubro de 2019 | 10:38

Rui nega adesão da PM e acusa líder grevista de ligação com ocorrências e traficantes

bahia

O governador Rui Costa (PT) atribuiu hoje indiretamente ao grupo supostamente liderado pelo deputado estadual Soldado Prisco (PSC) o aumento das ocorrências policiais das 21h de ontem até as 7h de hoje, que incluiu sete homicídios em Salvador, ao negar que tenha havido adesão à greve anunciada por policiais militares, a qual também foi desmentida pelo comando da Polícia Militar.

Irritado e cobrando que a imprensa assuma o lado da sociedade no que considerou combate a um político criminoso, que responde a vários processos, segundo disse, na Polícia Federal, na Justiça Federal e na baiana, Rui antecipou que a Procuradoria Geral do Estado pediu providências contra o parlamentar aos Ministérios Públicos Federal e do Estado, os quais espera que respondam prontamente e de forma dura contra o que chamou de terrorismo que o político estaria promovendo.

“Eu tenho quatro filhos. Não tem nada que me provoque mais indignação na vida do que ameaçar crianças e idosos. Isso devia revoltar qualquer cidadão do bem. Ele só pode ser aliado de traficantes, de criminosos. Aliás, eles se encontram em algum lugar, inclusive em seu grupo de zap”, afirmou Rui, defendendo que a sociedade condene de forma expressiva “este tipo de manipulação política, partidária, medíocre, de constranger, ameaçar e colocar como reféns pessoas”.

As declarações foram dadas por Rui ao participar da inauguração da nova UTI Infantil Cardiológica Cirúrgica do Hospital Ana Nery, em Salvador, um investimento de quase R$ 2 milhões do governo do Estado. Ele voltou a afirmar que não houve a adesão de um sequer dos 32 mil policiais militares da Bahia, quando os repórteres lhe perguntaram sobre a sensação de insegurança na cidade. Também insinuou que o grupo do deputado Prisco estivesse por trás das demais ocorrências policiais, quando questionado por repórteres.

“Policiais com P maísculos não fazem homicídio, não dão tiro a esmo em vidraças de agências bancárias. Isso é atitude de bandido, de criminoso, então se alguém cometeu homicídio, a polícia civil está apurando e vamos continuar fiscalizando quem são os criminosos, os bandidos, os marginais que estão eventualmente matando gente ou atirando contra vidas”, declarou, negando que os registros sejam refleixo da greve da PM. “Isso é atitude deliberada, organizada por quem é criminoso”, completou.

“A cidade está normal, gente! Eu sai, não vi nenhuma loja fechada, peguei engarrafamento, todos os ônibus estão na rua. Nós temos que escolher, a imprensa, inclusive, de que lado vai ficar – se do lado do crime ou do lado da sociedade. Não temos duas escolhas. Isso é o que a gente precisa escolher. Óbvio que se alguém divulga em grupo de zap que naquela rua vai ter um atentado a bomba, em qualquer país europeu ou nos Estados Unidos, que vai ter um atentado a bomba, óbvio que a sociedade vai ficar assustada”, disse, referindo-se à suposta tática terrorista do grupo de Prisco.

Mari Leal
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