Foto: Ag. Brasil/Arquivo
Ex-ministro de Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo é um dos advogados que asseguram a inocência de Adailton Maturino 09 de abril de 2020 | 10:07

Advogados de Adailton Maturino negam acusações de delator da Faroeste

bahia

Por meio de nota enviada hoje a este Política Livre, a defesa do administrador Adailton Maturino nega e repudia as declarações de advogado investigado na Faroeste, operação que apura venda de decisões no judiciário baiano, no contexto da grilagem de terras na região oeste do Estado. Júlio César Cavalcanti Ferreira, que teve partes da sua delação vazadas na imprensa nesta terça-feira, 8/4, teria dito que Maturino havia prometido a quantia de R$ 10 mi ao juiz Sérgio Humberto, como propina por decisões de primeiro grau.

O vazamento causou reações imediatas: “Trata-se da mera declaração de um delator, desguarnecida de provas, assim como a própria denúncia contra o casal Maturino, que sequer imputa o suposto crime de corrupção”, afirmam os advogados José Eduardo Cardozo (ex-Ministro da Justiça), Miguel Pereira Neto e Sóstenes Marchezine.

Em outra nota, eles informam ter solicitado ao Superior Tribunal de Justiça acesso aos termos do procedimento de colaboração premiada ajustado entre a Procuradoria Geral da República e o advogado investigado, assim como a instauração de investigação para apurar o vazamento seletivo de termos da delação, que está em segredo de justiça e, segundo eles, sequer teria sido homologada.

Ainda de acordo com os advogados, não há qualquer prova do alegado, diferentemente do que ocorreu na quinta fase da Operação Faroeste, quando, segundo eles, justamente os inimigos judiciais do empresário José Valter Dias “foram flagrados na entrega de valores para a compra de decisões da desembargadora Sandra Inês, que beneficiariam a empresa Bom Jesus Agropecuária, e prejudicariam as famílias Dias e Maturino”. A magistrada, seu filho, Vasco, e o advogado Vanderlei Chilante, foram presos no dia 24 de março.

“Estranhamos que medida cautelar semelhante à do casal Maturino não foi tomada em relação aos responsáveis pela Bom Jesus Agropecuária, mesmo diante de provas tão contundentes”, protestam os advogados da família Maturino. Adailton e sua esposa, a advogada Geciane, estão presos desde 19 de novembro do ano passado, portanto, há mais de 140 dias, no Complexo da Papuda, em Brasília, e aguardam a apreciação pela justiça das suas versões dos fatos. “Estamos certos que continuaremos a provar a inocência do casal”, asseveram os advogados.

De acordo com seus advogados, além de administrador, Adailton Maturino é bacharel em direito, mediador e ex-conselheiro do ex-presidente da República da Guiné-Bissau, e não falso cônsul, como chegou a ser noticiado pela imprensa.

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