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Senador Jaques Wagner pode ser a mão na roda para Rui Costa, que enfrenta a sua primeira crise política e administrativa em cerca de seis anos de gestão 16 de junho de 2020 | 09:42

Com crise, plano de Wagner ir para Serin, assumir articulação de Rui e atrair Lídice para Denice se acelera

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A crise dos respiradores que abalou um governo que navegava em águas tranquilas até agora pode acabar acelerando um plano que o governador Rui Costa (PT) tinha em mente para colocar em prática um pouco antes das eleições municipais.

Trata-se de um convite ao governador Jaques Wagner (PT) para que deixe seu mandato no Senado para assumir a secretaria de Relações Institucionais, ocupada até recentemente – e sob muitas críticas – pela ex-prefeita Cibele Carvalho.

Pelo plano original, Wagner se encarregaria de uma vez por todas da articulação política do governo com a Assembleia Legislativa, a bancada federal e os candidatos a prefeito do grupo, tarefas para as quais a paciência do governador reconhecidamente é zero.

Se as queixas contra o tratamento político por parte de Rui já eram grandes antes da crise dos respiradores, elas se ampliaram agora, quando o governo parece mais precisar de apoio e de quem faça a sua defesa de forma espontânea.

Curiosamente, o governador tem recebido mais apoios – ainda que pontuais – de parlamentares da oposição do que de sua própria base neste momento crítico de sua vida política e administrativa.

Sem qualquer contato da parte de Rui há pelo menos quatro meses, deputados federais não só deliberadamente silenciam em relação às especulações de que o governo virou alvo, como, em alguns casos, comemoram nos bastidores o infortúnio do governador.

A eventual concordância por parte de Wagner abriria o caminho para ele começar a pavimentar seu retorno ao Palácio de Ondina em 2022, visto como única alternativa para impedir que o consórcio político liderado pelo PT na Bahia, tendo como sócios principalmente o PP e o PSD, se desintegre por projetos políticos de lideranças proeminentes dos parceiros, como o senador Otto Alencar e o vice-governador João Leão.

Ela também já teria efeito imediato sobre a sucessão em Salvador, porque deslocaria para o mandato de senador o ex-deputado federal Bebeto, do PSB, contentando os deputados federais Lídice da Mata e Marcelo Nilo, que sempre se queixaram do tratamento ao partido.

Há quem diga que pode ser o aceno perfeito para abrir um canal de conversação com Lídice que a leve a desistir de sua candidatura e a apoiar a major Denice Santiago (PT), pré-candidata do peito de Rui à sucessão de ACM Neto (DEM) em Salvador.

Nas conversas políticas que tem tido até agora e numa live de que participou neste Política Livre recentemente a ex-senadora deixou claro que é candidata à Prefeitura e que tem ânimo para enfrentar a disputa mesmo sem o eventual apoio de Ondina.

Para tanto tem tido muito incentivo da parte de Nilo, outro que se sentiria satisfeito com a abertura de um espaço para que Bebeto voltasse à cena política, ainda mais em grande estilo, no posto de senador da República.

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