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Especulações sobre plano de Geraldo Jr. teriam se ampliado com anúncio de que poderia apoiar um nome do Republicanos 22 de junho de 2020 | 14:08

Com vice inviabilizada, Geraldo Jr. já articula reeleição à presidência da Câmara

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A iniciativa do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Jr. (MDB), de anunciar que poderia abrir mão da indicação à vice do democrata Bruno Reis (DEM) para o Republicanos ampliou as especulações na Casa de que ele teria perdido as condições para conseguir, de fato, ocupar o posto.

Para colegas do vereador, Geraldo Jr. joga, na atualidade, com a perspectiva mais forte de buscar se reeleger presidente da Câmara na próxima legislatura, com o apoio do partido a que ofereceu apoio. Em troca, teria oferecido à legenda o apoio do chamado ‘bloquinho’, do qual fazem parte, além do seu MDB, o PTB, o PSC e o Solidariedade.

O nome mais forte hoje no Republicanos – braço político da Igreja Universal do Reino de Deus – para disputar a vice de Bruno é o do deputado federal Márcio Marinho, que, segundo o argumento do presidente da Câmara Municipal, chegaria bastante fortalecido para a disputa pela vice com o apoio das três legendas.

Colegas de Geraldo Jr. acham que ele foi obrigado a recuar e passar a articular desde já sua manutenção na presidência da Câmara porque teria sentido que as chances de conseguir ser indicado vice de Bruno se reduziram com o atropelo do calendário eleitoral pela pandemia do coronavírus e a própria dinâmica política.

Neste período, tanto o PTB quanto o PSC passaram também a negociar diretamente com a Prefeitura, enfraquecendo a interlocução que o presidente da Câmara tinha adquirido inicialmente com o governo municipal por meio do ‘bloquinho’, no qual permaneceu firme com ele apenas o emedebista Lúcio Vieira Lima.

Diferentemente dos demais parceiros, o MDB passou por um estresse com o governo municipal por ocasião da indicação do presidente da agremiação, Alexandre Futuca, para o comando da Limpurb. Pelo acordo, a Prefeitura ficara de dar também ao grupo a secretaria municipal de Ordem Pública (Semop).

De última hora, entretanto, a proposta não foi honrada, o que acabou levando o partido a tomar a decisão de, em protesto, ordenar que Futuca deixasse a presidência da Limpurb menos de uma semana depois de ter sido nomeado e retornasse ao cargo de assessor que ocupa hoje na administração municipal.

Alguns lembram que Geraldo Jr. chegou a dar várias declarações anunciando que decidiria se preferiria disputar a vice ou a presidência da Câmara até a data de aniversário da cidade, em 29 de março, que foi engolida pela operação de guerra que a Prefeitura montou para conter o avanço do coronavírus na capital baiana.

Tanto prestígio havia sido obtido porque ele foi considerado o responsável pelas articulações que levaram à desistência do presidente do Esporte Clube Bahia, Guilherme Bellintani, de se associar ao grupo do governador Rui Costa (PT) para disputar a Prefeitura, o que ampliou sensivelmente o favoritismo de Bruno.

Com o fortalecimento cada vez maior do prefeito e de seu candidato em virtude do firme posicionamento em defesa da população, que reforçou sua aprovação, e uma mudança no eixo das discussões políticas na cidade, o presidente da Câmara teria sentido que deixou de fazer parte do horizonte das possibilidades da chapa.

A alternativa, então, seria investir desde já na busca de se reeleger presidente, segunda posição mais importante na estrutura do poder municipal, responsável pela importância que ganhou na Praça municipal. Colegas avaliam que, ainda que, a dias de hoje, a batalha não seja fácil, não é ainda considerada perdida, como a vice.

Há notícias de que pelo menos seis vereadores manifestam interesse e se articulam para disputar a presidência da Câmara. Pelos cálculos dos colegas, se a articulação com o Republicanos der certo, Geraldo Jr. sairia com o compromisso de apoio para retornar ao cargo de pelo menos quatro vereadores que a Igreja deve eleger à Casa.

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