28 de junho de 2020 | 18:44

PT de Salvador deixa movimento por democracia e irrita participantes: ‘quer salvar Bolsonaro’

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O PT de Salvador não vai participar de uma carreata em defesa da Vida e da Democracia que vários partidos baianos programam para o próximo dia 2 de Julho como alternativa ao tradicional desfile que marca a independência do Brasil na Bahia pelas ruas do Centro Histórico.

O comunicado foi feito pelo presidente municipal da sigla, Ademário Costa, numa rede de WhatsApp criada exatamente para definir e promover a programação do evento, em apoio ao movimento nacional contra o governo Jair Bolsonaro (sem partido).

“Amigos, o PT apoia a carreata mas não vai participar ativamente da organização”, disse Ademário na rede, completando: “deixo o grupo aqui para os amigos construírem essa ação vitoriosa”. Ele deixou o grupo praticamente 20 dias depois que a iniciativa foi criada.

A decisão do PT de Salvador irritou participantes do movimento na Bahia, criado também para não deixar que o 2 de Julho passe em branco devido às restrições impostas pela Prefeitura contra a expansão da Covid 19 em Salvador, que exigem isolamento social.

Os partidos – que vão da esquerda à direita – consideram fundamental unir forças contra um presidente da República que, embora esteja temporariamente fragilizado pelas investigações contra a família, vem demonstrando repetido desapreço pela democracia.

“Só posso entender essa postura como de um partido que quer defender esse governo anti-democrático”, protestou o vereador Henrique Carballal, do PDT, um dos principais entusiastas da realização da carreata na próxima quinta-feira.

Ele disse lamentar que o PT repita historicamente equívocos que vem cometendo ao longo de sua existência, como não ter participado do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves nem assinado a promulgação da Constituinte cidadã de 1988.

“Agora, em 2018, o partido preferiu perder para Bolsonaro do que tentar eleger Ciro Gomes. Agora, quer salvar o governo Bolsonaro na expectativa de dar alguma sobrevida eleitoral ao ex-presidente Lula. Descompromisso com o país”, afirmou.

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