Foto: Jonas Santos
Na imagem, a major Denice Santiago, candidata à Prefeitura de Salvador pelo PT 30 de setembro de 2020 | 15:31

‘Salvador precisa ser conduzida por quem já viveu o que a maioria das pessoas vivem’, avalia Major Denice

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Candidata à Prefeitura de Salvador pelo PT, a Major Denice (PT) afirmou, em entrevista à Carta Capital nesta terça-feira (29), que os negros representam uma parcela pequena dos cargos da gestão pública porque a sociedade “se alicerçou sobre os pilares do racismo e do patriarcado”. Denice, que foi primeira entrevistada dos candidatos às prefeituras do Brasil no programa ‘Carta Eleições’, exibido no YouTube, disse ainda que a “estrutura precisa ser ressignificada”.

Ao jornalista Sérgio Lírio, a petista falou sobre o peso de sua candidatura neste processo. “Precisamos criar estruturas, processos, programas e políticas públicas que ressignifiquem culturalmente essa representação. Eleger uma mulher negra é fazer com que todas e todos entendam que é possível ocupar este espaço”, reforçou a Major, que também falou sobre segurança, saúde e demais projetos para a cidade de Salvador.

A candidata do PT foi questionada sobre como pretende convencer o eleitorado soteropolitano a votar nela e em sua candidata à vice-prefeita, Fabíola Mansur (PSB), a quem se referiu como “mulher muito inteligente que agrega” na trajetória da campanha. “Vamos trabalhar a partir de propostas que mostrem às pessoas o que essa pandemia, de alguma sorte e infelizmente, potencializou: de como Salvador é desigual e está demarcada por milhares de questões socioculturais que precisam ser revistas”, garantiu.

Sobre a segurança, Denice voltou a afirmar que a Prefeitura é corresponsável por reduzir os índices de violência no município. “Precisamos trabalhar no enfrentamento à violência dando oportunidade ao nosso povo. Aos jovens, adultos e idosos. Temos que investir no empreendedorismo digital, dar às pessoas acesso à renda e, a partir daí, modificar a forma como essa existência do crime se perpetua. Isso é uma missão do município”.

Ainda segundo a petista, a capital baiana precisa ser “transformada em um lar” para todos os soteropolitanos e soteropolitanas. “Vamos fazer com que as pessoas da periferia e dos bairros mais nobres consigam conviver com a mesma paz, tranquilidade e felicidade. Quem vive na periferia também precisa de acesso à saúde e à educação. Salvador pode até ter postos de saúde, mas não tem equipes. Nosso plano prevê ações que preservam a saúde e não só que cuidam da doença”, explicou a candidata.

Ao final, Denice voltou a falar em representatividade do soteropolitano e a representatividade trazida pela sua imagem, semelhante à maioria das pessoas que vivem na cidade. “Salvador precisa se olhar no espelho. Olhar para o palácio Thomé de Souza, sede da Prefeitura, e entender que ali é um lugar de todas e de todos. Salvador precisa dormir, acordar e ter noites tranquilas. Não imaginar que a cada chuva, sua casa, sua vida, suas esperanças vão se esvair em um desmoronamento ou soterramento. Salvador precisa ser conduzida por alguém que já viveu muito, muito, o que sua maioria avassaladora de pessoas também viveu”, afirmou a major, que é idealizadora da Ronda Maria da Penha.

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