'Como ter 60% dos passageiros com 100% da frota de ônibus? Não existe isso', diz Neto sobre pedido do MP-BA

Após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pedir que a Justiça obrigue, em decisão liminar, a cidade de Salvador a fazer a retomada da circulação de 100% da frota de ônibus, o prefeito ACM Neto (DEM) questionou, em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (7), quem pagaria a conta para manter o número total do transporte na cidade.

"A grande questão é: quem paga a conta? Quem vai pagar? Essa é a pergunta. Se você perguntar a qualquer um, eu vou ser o primeiro a responder. Claro que quero 100% da frota rodando. Nesse período todo de pandemia, nós tivemos um descasamento entre o número de passageiros e a quantidade de ônibus disponíveis", declarou.

"No começo, transportávamos 27% a 28% de passageiros e tínhamos uma frota de 40% disponível. Fomos aumentando a frota, até que chegamos a uma situação em que a cidade transporta 56% de passageiros com 80% da frota disponível. A Prefeitura está pagando. Se não fosse a pandemia não teríamos problemas no transporte público".

"As principais capitais estão vivendo isso. Qualquer cidade do porte de Salvador está vivendo esse drama e os prefeitos estão tendo que se virar sozinhos. Quem está bancando somos nós. A receita da CSN [Consórcio Salvador Norte] não cobre acho nem metade das suas despesas. Quem está colocando dinheiro é a Prefeitura", justificou.

"Eu posso colocar todo dinheiro da Prefeitura em empresa de transporte público? Não posso. Ou teria que deixar de pagar médico, de bancar hospitais de campanha e por aí vai, coisas que são essenciais para a cidade. Quem vai pagar a conta de ter 100% da frota rodando?", indagou o democrata.

"A conta não fecha e empurraram o problema para o meu colo. Como ter 60% dos passageiros com 100% da frota de ônibus? Não existe isso. Ou querem que a tarifa aumente?", perguntou Neto, direcionado ao MP-BA.