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O deputado Robinho poderia transformar a Assembleia num eixo da oposição contra o governador Rui Costa, dizem petistas 18 de dezembro de 2020 | 10:20

Determinado a enfrentar Otto na Assembleia, Leão aposta em nome que arrepia Rui e Wagner

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Determinado a confrontar o candidato do senador Otto Alencar (PSD) à presidência da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), o PP vive hoje um dilema entre apresentar um nome para enfrentá-lo que conquiste a oposição com um discurso radical ou um outro que possa garantir a simpatia do governador Rui Costa (PT) e não receber seu veto.

O petista avalizou um acordo pelo qual o PSD de Otto indicaria o sucessor do hoje presidente da Casa, Nelson Leal (PP). Mas os progressistas, especialmente o vice-governador João Leão (PP) e seu principal articulador, o ex-deputado Jabes Ribeiro, contestam o acerto, argumentando que o cenário mudou.

Os parlamentares mais próximos de Rui, incluindo Otto, defendem que ele faça prevalecer o entendimento para não parecer que foi desrespeitado pelo PP e se desmoralize ante a bancada e mesmo a oposição. Mas a insistência de Leão, segundo se comenta na Assembleia, estaria minando as forças do governador.

De acordo com deputados próximos, o petista já estaria se convencendo de que Leão tem razão quando diz que Adolfo é um candidato ‘pesado’ e por este motivo, em último caso, se mostraria disposto a permitir que os dois partidos marchem para um bate-chapa, exigindo, no entanto, que o PP apresente um nome que não lhe crie dificuldades.

O problema é que, depois de várias idas e vindas na legenda e da circulação de alguns nomes como potenciais candidatos, Leão e Jabes resolveram fechar a aposta no deputado Robinho, de olho na possibilidade de atrair a bancada oposicionista exatamente por causa do discurso de enfrentamento ao governo que o parlamentar faz.

Vinculado ao deputado federal Ronaldo Carletto, que Rui não topa por causa de seu enamoramento com o prefeito ACM Neto (DEM), Robinho poderia tentar submeter o governo nestes próximos dois anos, o que aterroriza o governador e o senador Jaques Wagner (PT), que teme ver seu caminho à sucessão de Rui atrapalhado por um advesário na Assembleia.

Encontrar uma alternativa ao nome de Robinho que permita ao partido entrar na disputa, conquistar o apoio da oposição e não ver o governador jogar pesado a máquina do governo na Assembleia para derrotá-lo em favor de Adolfo é talvez, hoje, o maior desafio do PP, que, no entanto, parece mais perdido do que cego em tiroteio.

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