Foto: Marcos Corrêa/PR
O ministro da Economia, Paulo Guedes 11 de janeiro de 2021 | 22:06

Ministério da Economia lamenta saída da Ford e diz que decisão ‘destoa da forte recuperação’ da indústria no País

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O Ministério da Economia lamentou, em nota oficial, a decisão da Ford de encerrar a produção no Brasil, mas buscou descaracterizar qualquer influência de políticas do atual governo na ação da montadora.

No comunicado, a decisão é retratada como “global e estratégica” da empresa. Além disso, a Economia afirmou que a medida “destoa da forte recuperação observada na maioria dos setores da indústria no País, muitos já registrando resultados superiores ao período pré-crise”.

No entanto, estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) obtido pelo Estadão/Broadcast mostra que, embora a indústria brasileira tenha de fato superado as perdas decorrentes da crise provocada pela Covid-19 no País, alguns setores ainda operam consideravelmente aquém da sua capacidade de produção. Um deles é justamente o de veículos.

Os fabricantes de veículos automotores e produtos de metal registraram uma ociosidade média do parque fabril superior a 30% de setembro a dezembro, segundo dados desagregados da Sondagem da Indústria do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV.

Na nota, a Economia diz que “trabalha intensamente na redução do custo Brasil com iniciativas que já promoveram avanços importantes”. “Isto reforça a necessidade de rápida implementação das medidas de melhoria do ambiente de negócios e de avançar nas reformas estruturais”, afirmou.

‘União de forças’

Responsável pela área que cuida das políticas de desenvolvimento da indústria no Brasil, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, lamentou o encerramento das atividades da Ford no País, mas culpou a pandemia pelo revés em medidas que reduziriam o custo de produção das empresas no território brasileiro. Em sua conta no Twitter, ele pediu a “união de forças” pela recuperação da indústria, após perda de espaço na produção nacional em governos anteriores.

Costa, porém, ressaltou que depois do baque causado pela pandemia, foi o trabalho do governo que permitiu a recuperação em V da indústria este ano, ou seja, com retomada na mesma velocidade da queda. “Quando assumimos, a indústria vinha em frangalhos, apesar de bilhões gastos por governos anteriores. Temos reduzido o custo Brasil que herdamos, 22% do PIB. Mas a pandemia impediu que nossas ações surtissem efeito a tempo”, justificou o secretário.

“É hora de unirmos forças para avançar ainda mais rápido na redução do custo Brasil e recuperar nossa indústria, que perdeu espaço no PIB em todos os governos anteriores. De continuar o trabalho focado, que já permitiu que nossa indústria se recuperasse em V este ano”, acrescentou Costa.

Estadão Conteúdo
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