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A ideia de que João Roma traiu ACM Neto mais cedo do que o esperado corre o Democratas baiano e nacional 12 de fevereiro de 2021 | 10:29

Mestre na arte de ‘agradar’, Roma urdiu candidatura a ministério pelas costas de Neto

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Se o prefeito Bruno Reis (DEM) falou, tá falado. Não há nenhum motivo, realmente, para que o presidente nacional do partido, ACM Neto, queira o deputado federal João Roma (Republicanos) no ministério do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), do qual, por uma pá de razões políticas e eleitorais, se não faz sentido ele ficar tão longe também não se justifica que fique tão perto.

Tanto que ontem mesmo, Neto tentou nova ofensiva, desta vez sobre o Republicanos, cujo presidente, Marcos Palmeira, é um dos seus fãs, contra a indicação de Roma para a pasta da Cidadania. Se depender da agremiação, que nutre excepcional relação política com o democrata na Bahia, o deputado federal não obterá um passaporte formal para substituir Onix Lorenzoni.

O problema é que o presidente da República, percebendo o desgaste que provoca no DEM, e no ex-prefeito de Salvador, com a cooptação de Roma, pressiona para que seja ele o novo ministro de seu governo sob o argumento capcioso de que é “uma unanimidade”. Neto tem mil e uma justificativas para ter se aborrecido com a situação embaraçosa em que a ambição de Roma o colocou.

Deputados do DEM contam que o deputado federal, que deve tudo a Neto, principalmente o mandato, urdiu sua candidatura ao ministério pelas costas do presidente do partido, a quem só comunicou seu interesse em assumir o desafio na última hora, quando a decisão estava para ser anunciada. Na verdade, o republicano vira na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados a ‘chance’ de sua vida.

Colegas dizem que ele trabalhou intensamente pela candidatura do hoje presidente Arthur Lira (PP-AL), envolvendo-se em articulações por sua eleição que varavam a madrugada. Foi também o maior responsável pelo combate ao nome do adversário, Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por Neto, na bancada do DEM na Câmara. “Roma fez um trabalho notável, mas contra Neto”, diz um parlamentar democrata da Bahia.

Nesse meio tempo, Roma tratou de convencer Lira, que lhe ficaria extremamente grato, e~o seu próprio partido, o Republicanos, de que era o melhor nome para a sucessão de Lorenzoni, sobre a qual já se falava abertamente na Câmara. Um traço pessoal também ajudou o republicano a angariar apoios: a prosaica capacidade de agradar aqueles que podem ajudá-lo, naturalmente, os poderosos.

Dizem que, neste particular, só supera um político baiano na atualidade.

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