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Secretário de representação do estado de São Paulo em Brasília, o ex-ministro Antônio Imbassahy (PSDB) 25 de abril de 2021 | 08:41

Imbassahy diz trabalhar para eleger Dória presidente e fala sobre planos para a Bahia: ‘O ser político nunca se aposenta das urnas’

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Secretário de representação do Estado de São Paulo em Brasília, o ex-ministro Antônio Imbassahy (PSDB) admite estar em articulação para ajudar o governador João Doria (PSDB) a chegar ao Palácio do Planalto em 2022. Doria articulou a compra da Coronavac, primeiro e mais utilizado imunizante no Brasil até hoje contra o coronavírus. Para Imbassahy, isso possibilitou a “nacionalização” do nome do governador paulista.

“Alcançamos uma ótima vacina, que é a Coronavac e estamos desenvolvendo a Butanvac. Sempre com o propósito de salvar vidas de brasileiros, como o Butantan faz há 120 anos. Em momento nenhum se pensa em aspecto eleitoral. Evidentemente que o alcance da vacina possibilita a nacionalização do nome do governador, inegavelmente o empenho pessoal que trouxe a vacina para o país”, afirmou, nesta entrevista exclusiva, ao Política Livre.

A articulação em prol de Dória pode colocar o próprio Imbassahy de volta nas urnas. Ele, que já foi governador da Bahia, prefeito de Salvador, deputado estadual e federal por diversos mandatos, aceitou o convite para ir para São Paulo após perder a reeleição para a Câmara dos Deputados, em 2018. “O ser político nunca se aposenta das urnas, claro que estou numa colaboração de um projeto nacional, de 2022, na expectativa do governador se colocar como opção, mas olhando sempre para a Bahia. As circunstâncias que vão dizer a minha posição em 22”, avisa.

Leia a entrevista completa:

Queria que o senhor falasse um pouco do seu trabalho aí em São Paulo.

Tenho pouco mais de dois anos aqui. Minha tarefa como secretário especial do governo é dar apoio ao governo do Estado de São Paulo nos projetos da área do Congresso Nacional, Executivo Federal, das Cortes superiores, Judiciário, o que tem acontecido com sucesso.

Nesse momento de pandemia, a gente viu o governador de São Paulo ter um protagonismo grande. Isso vira ativo político?

Todo esforço feito pelo governador, que acompanhei de perto, foi de enfrentar a pandemia e desde o início se observava que a vacina seria a peça chave no combate ao novo coronavírus. Alcançamos uma ótima vacina, que é a Coronavac e estamos desenvolvendo a Butanvac. Sempre com propósito de salvar vidas de brasileiros, como o Butantan faz há 120 anos. Em momento nenhum se pensa em aspecto eleitoral. Evidentemente que o alcance da vacina possibilita a nacionalização do nome do governador, inegavelmente o empenho pessoal que trouxe a vacina para o país.

E a posição do presidente da República, era previsível?

No início, o governador e o presidente tinham uma relação republicana, mas a partir das hostilidades e ataques do presidente a relação foi deteriorando. Não é uma coisa esperada de um presidente. Essas agressões não ficaram apenas em São Paul -, todos os governos estaduais, prefeitos, imprensa, Congresso, instituições de maneira geral. É lamentável, pois prejudica o país.

O senhor tem conseguido de interlocução com o governo federal mesmo com tanta briga?

Continuo conversando com ministros no campo do Executivo, tentando superar os obstáculos. Encontro vários ministérios que compreendem que as relações institucionais têm que prevalecer, o que possibilita equacionar (alguns conflitos). Continuamos conversando. São Paulo é o estado mais populoso do país, com economia forte. É importante a atenção que(o Executivo federal) deve dar também aos demais estados. Mas a gente só percebe hostilidades.

O PSDB sempre teve quadros de relevância nacional e agora tem uma disputa em curso entre o governador de São Paulo, o governador do Rio Grande do Sul e o senador Tasso Jereissati para disputar 2022. Como o senhor vê isso?

O PSDB sempre teve bons quadros nos Estados e líderes nacionais. Uma colocação de nomes como a do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, do senador Tasso, e do governador Doria sempre é motivo de destaque e orgulho para o partido. Esse debate é saudável e merece todo o respeito, atenção, para se encontrar solução para o país, o partido que tem que servir ao país. Claro que tenho predileção por Doria, até por conhecer os atributos pessoais dele. Tivemos essa conquista da vacina, além dos bons resultados no governo dele, eu o considero o personagem absolutamente apto a assumir a presidência.

Mesmo aí de SP, o senhor deve acompanhar a Bahia. Como avalia a gestão Rui?

Eu tenho acompanhado, acompanho tudo que acontece. Torço para que os governos funcionem bem. É assim que observo a atuação de todos, prefeitos, governadores.

ACM Neto deve disputar o governo da Bahia. Qual conselho o senhor daria a ele?

Não, quem sou eu para aconselhar? Ele é um jovem qualificado e segue um caminho bem sucedido.

O senhor se aposentou das urnas ou um dia ainda pode pintar de volta para o eleitorado?

O ser político nunca se aposenta das urnas. Claro que estou numa colaboração de um projeto nacional, de 2022, na expectativa de o governador se colocar como opção, mas olhando sempre para a Bahia. As circunstâncias é que vão dizer a minha posição em 22.

Alexandre Galvão
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