Bretas atuou para influenciar pleito que elegeu Witzel, diz delator
Por Redação
05/06/2021 às 14:00
Foto: Ricardo Borges/Folhapress

Sob o título de “Interferências nas eleições de 2018”, o advogado Nythalmar Dias Ferreira Filho entregou à Procuradoria-geral da República (PGR) um anexo de sua delação premiada em que acusa o juiz Marcelo Bretas, titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, de ter atuado deliberadamente para influenciar o resultado das eleições de 2018, cujo vencedor foi o ex-juiz Wilson Witzel (PSC). O acordo de colaboração do criminalista foi fechado com a equipe do procurador-geral Augusto Aras há cerca de dois meses e tem Bretas como o alvo principal. A reportagem é da revista "Veja".
No anexo três, Nythalmar disse que foi procurado pela advogada Ilcelene Valente Bottari depois do primeiro turno das eleições com um pedido de socorro: ela queria que o defensor, apontado por bancas de advogados como próximo de Bretas, se encontrasse com o magistrado “a fim de tentar costurar algum acordo para evitar novas interferências ilegais nas eleições para governador”. A interferência a que se refere o delator seria exemplificada com o depoimento do ex-secretário de Obras Alexandre Pinto no dia 4 de outubro de 2018, cinco dias antes das eleições. Diante de Bretas, Pinto acusou o ex-prefeito Eduardo Paes de ter pedido propina para empresas responsáveis por obras no Rio. O episódio se refletiu na campanha de Paes, então líder de intenção de votos, ao governo e houve segundo turno entre o ex-prefeito e o neófito Witzel, considerado um azarão na disputa daquele ano.
