Foto: Carol Garcia/GOVBA/Arquivo
Rui Costa e Ricardo Mandarino 30 de setembro de 2021 | 09:26

Rui e secretário Ricardo Mandarino divergem sobre combate ao crime

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O governador da Bahia, Rui Costa (PT), e o secretário estadual da Segurança Pública (SSP-BA), Ricardo Mandarino, têm adotado discursos divergentes sobre o combate à criminalidade no estado. Enquanto o governador tem defendido uma postura mais dura da polícia nas ações, o titular da SSP-BA tem afirmado que não adotará uma política de confronto.

A informação foi publicada nesta quinta-feira (30) pelo jornal Tribuna da Bahia. Em entrevista ao programa “Profissão Repórter”, da TV Globo, na semana passada, Mandarino declarou que houve uma redução no número de pessoas mortas por policiais após mudanças na política de segurança pública.

“Em 2020, a política era de fazer confronto. A política hoje não é mais de confronto. É de operar com inteligência, fazer blitz, e esse ano, no primeiro semestre, houve uma redução de 33% de mortes em confronto com policiais”, declarou o secretário.

De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a polícia da Bahia matou, em 2019, 773 pessoas em operações. No ano passado, o número subiu para 1.137, um crescimento de 47%. O aumento na Bahia fez superar as 814 mortes por policiais em São Paulo, e chegou perto do Rio de Janeiro com 1.239.

Na última segunda-feira, o governador fez um discurso oposto ao do secretário. “A minha determinação para o comandante (da PM) Paulo Coutinho é muito clara. É de que aqui nesse estado tem Estado e tem governo. A polícia não vai se intimidar e não vai se acovardar com bandido nem com criminoso, que está portando fuzil, metralhadora. Ao contrário, quanto ao meu recado – estou dizendo isso porque digo a ele (Paulo Coutinho) por telefone: quanto maior for a reação do criminoso, mais vai para cima, mais vai fazer pente fino nas localidades. Eles (bandidos) têm que entender de forma muito clara a mensagem. Não admitiremos nenhum tipo de enfrentamento, nem desafio à autoridade policial nem autoridade do Estado. Enquanto nacionalmente a gente não resolver esse drama, aqui não admitiremos isso”, afirmou Rui Costa, durante entrega viaturas policiais.

Ontem, o governador disse ainda que o crescimento no número de casos de sequestro e cárcere privado tem ocorrido por causa da “ação firme da polícia”. “Isso é um desespero dos bandidos com a ação firme da polícia. Todas elas foram resultados de bandidos em fuga pela ação policial. Nós continuaremos com uma ação pente fino, buscando as armas, pistolas, metralhadoras, fuzis, onde a gente tem informação. E não adianta bandidos tentarem conter ação policial, atirando contra a polícia, achando que a polícia vai para debaixo da cama, vai se acovardar. Minha determinação é polícia fazer pente fino, rastrear, buscar essas armas e prender esses criminosos. Em fuga, eles tão tentando se alojar na casa das pessoas, e graças a Deus, a equipe técnica do Bope tem negociado, prendido esses bandidos e entregue à Justiça. As ações continuarão até que a gente traga mais segurança à população”, declarou.

Rui voltou a defender que haja um debate sobre legalização de drogas no país. “Eu acho que o Brasil precisa discutir sim, sem demagogia e sem preconceito ideológico ou religioso: o que fazer com o consumo de drogas para, além do mal à saúde, não provoque tantas horas. Acho sim que chegou o momento. É a hora do Brasil discutir isso”, salientou.

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