Foto: Davi Lemos / Política Livre
Pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues 13 de março de 2022 | 08:56

“Lula está forte (para me ajudar na candidatura) com outra característica: está forte com o nome limpo”, diz Jerônimo

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O secretário estadual da Educação e pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, anuncia já para esta semana movimentos e articulações para viabilizar seu nome na corrida sucessória.

Também admite que confia no apoio ostensivo do ex-presidente Lula para alavancar sua candidatura na Bahia, suprindo parte da deficiência de ser desconhecido da maioria do eleitorado.

“O nome de Lula é um nome forte: todo mundo sabe disso. E ele está forte com outra característica: está forte com o nome limpo”, diz o candidato.

Sobre a chapa que passará a liderar, Jerônimo também acredita que um desenho que tivesse os nomes de Jaques Wagner, Rui Costa, João Leão e Otto Alencar seria o ideal.

“Nem sempre os desejos e o mundo perfeito acontecem no mundo real”, avalia.

Jerônimo conversou rapidamente com este Política Livre logo após a confirmação de seu nome, na sexta-feira (11), para concorrer à sucessão do governador Rui Costa (PT).

Confira abaixo a íntegra da entrevista:

Política Livre – O que o senhor pretende fazer para sair da condição de um quadro que foi escolhido de uma hora para outra candidato a governador e conseguir conquistar o eleitorado baiano?

Jerônimo Rodrigues – Estou numa condição de pré-candidato já oficialmente tirada numa plenária aqui do Partido dos Trabalhadores. Essa será uma semana forte de planejamento e de ações porque nós precisamos da chapa completa. É claro que não vamos esperar a chapa completa para dialogar, conversar e planejar, mas é importante porque nós temos a cultura de um planejamento participativo, de envolvimento dos movimentos, dos terrítórios, para chegar na ponta com cada frente dessa, e é claro que a expectativa nossa é iniciar já nesta semana esse trabalho de planejamento para dar conta do que faremos nos próximos dias.

O senador Jaques Wagner era, em princípio, o candidato de unanimidade. Em sua avaliação, o que efetivamente fez o senador Jaques Wagner abrir mão de concorrer?

A decisão do senador, para nós aqui agora, já é um histórico dali de trás. Temos que tratar aqui agora o seguinte: conseguimos unanimidade, o senador está com toda energia para ajudar a gente na coordenação da campanha do presidente Lula, na coordenação das eleições na Bahia. O que interessa para a gente é o seguinte: ele fez um movimento, inclusive preocupado com a movimentação de novas lideranças; a preocupação de que ele pode dar uma atenção dupla, pois se ele estivesse aqui [na condição de pré-candidato] não poderia dar a mesma atenção à campanha nacional. Ele é um quadro no Nordeste, na Bahia e no Brasil, então o que interessa é que Wagner está junto com Rui, construindo esse cenário com as frentes, com o PSB, com o PCdoB, com o PSD, com o PT, para a gente poder agregar mais força nesse processo.

O governador Rui Costa já anunciou que ficará até o final do mandato, mas a chapa não seria mais forte se o governador fosse candidato ao Senado ao seu lado? Qual o impacto de uma eventual saída do PP da base em sua candidatura?

Claro que todo mundo queria, e quer, uma chapa com Wagner, com Otto [Alencar, senador pelo PSD], com João Leão [atual vice-governador pelo PP], com Rui. Se nós tivéssemos uma chapa dessas … mas temos missões a desenvolver. Naturalmente que se o governador Rui Costa se afastasse, o João Leão teria que ficar – então haveria um quórum a menos nessa frente. O desejo era esse, mas nem sempre os desejos e o mundo perfeito acontecem no mundo real. É o que nós temos, e o que temos tem qualidade; o papel do governador Rui Costa será preponderante sentado naquela cadeira ou sendo candidato, mas para nós é fundamental que essas questões estejam acertadas, combinadas. Mas é claro, nessa segunda questão que você coloca, que o PP e o vice-governador João Leão são parceiros de primeira hora. A gente trabalha com o entendimento do que seria uma coligação, uma parceria, e o PT na Bahia sempre trabalhou com o ganha-ganha. Todos os partidos da base aliada, da coligação nessa era Wagner-Rui, cresceram. Não foi o PT que cresceu. O PSD cresceu em número de prefeituras e de mandatos; o PP cresceu, o PSB também. Essa é a lógica da gente: que a coligação contribua com a gestão, mas que os partidos políticos também saiam animados, pois é o que compensa o esforço de cada um.

Muitos no PT e entre os partidos aliados acreditam na força do ex-presidente Lula para alavancar a candidatura do senhor. O senhor crê também nessa força de Lula?

Tem [a influência do presidente Lula], é de mão dupla, mas a força do presidente arrasta de forma muito positiva, com a força que ele tem, com o nome que ele tem, e ajuda muito a gente não só aqui na Bahia, mas nos Estados do Nordeste e no Brasil inteiro. O nome de Lula é um nome forte: todo mundo sabe disso. E ele está forte com outra característica: está forte com o nome limpo, foi feita justiça com o nome do presidente Lula. Nós nunca tivemos vergonha de colocar a estrelinha ou defender o nome do PT; agora será importante fazer um trabalho para ganhar as eleições, limpando ainda mais o nome do PT e, depois, mostrar como se faz gestão, com clarividência e, naturalmente, fazendo pelos que mais precisam.

Davi Lemos
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