Foto: Reprodução/Folhapress
O jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira 08 de julho de 2022 | 13:01

Viúvas de Dom e Bruno vão participar de ato inter-religioso em SP

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A antropóloga Beatriz Matos e a desginer Alessandra Sampaio, viúvas do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, respectivamente, participarão de um ato inter-religioso na Catedral da Sé, em São Paulo, no dia 16 deste mês.

O evento, que homenageia a atuação de Bruno Pereira e Dom Phillips na região amazônica, é uma iniciativa da Frente Inter-Religiosa Dom Paulo em parceria com a Comissão Arns, o Instituto Vladimir Herzog, a Comissão Justiça e Paz-SP e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo.

Na ocasião, será abordada a necessidade de promover a defesa dos povos indígenas e de se combater a violação dos direitos humanos no país —que, segundo os organizadores do evento, está cada vez mais institucionalizada.

Participações de integrantes do setor da cultura, como o coral indígena Opy Mirim e a cantora Marlui Miranda, também estão previstas para o ato.

Como mostrou a coluna nesta quinta-feira (7), a 1ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Amazonas deu cinco dias para que a Funai (Fundação Nacional do Índio) explique quais medidas está tomando para que tragédias como os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips não se repitam.

A decisão foi publicada pelo juiz federal Lincoln Rossi da Silva Viguini na quarta (6) e impõe pena de multa ao presidente da autarquia, Marcelo Augusto Xavier da Silva, caso não haja resposta.

O magistrado acatou um pedido apresentado pela Defensoria Pública da União (DPU). Ele cita o “ambiente de conflitos e alto risco de novos eventos graves, como o que vitimou os senhores Bruno e Dom” para justificar a prioridade dada à demanda.

A determinação da Justiça Federal ocorre no âmbito de uma ação movida pela DPU e pelo Ministério Público Federal (MPF) ainda em 2018, em busca de uma solução para os conflitos na região do Vale do Javari, no Amazonas.

A Unijava, ONG em que Bruno Pereira trabalhava quando foi assassinado, participa do processo como amicus curiae (amigo da corte), ou seja, como parte interessada na causa.

DPU e MPF protocolaram no domingo (3) um pedido de indenização por danos morais coletivos contra a União no valor de R$ 50 milhões a serem revertidos em favor dos povos indígenas isolados e de recente contato.

O juiz federal Lincoln Rossi da Silva Viguini determinou a manifestação das partes envolvidas em até dez dias. Elas devem apresentar suas alegações finais para uma possível decisão sobre o mérito da ação.

Mônica Bergamo/Folhapress
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