Foto: Marcello Casal Jr./Arquivo/Agência Brasil
Dólar acompanha exterior e sobe ante real 14 de outubro de 2022 | 10:10

Dólar acompanha exterior e sobe ante real

economia

O dólar abriu esta sexta-feira (14) em alta frente ao real, acompanhando avanço da divisa norte-americana no exterior conforme investidores continuavam digerindo dados de inflação dos Estados Unidos da véspera, que reforçaram apostas na manutenção de postura de política monetária agressiva por parte do Federal Reserve.

Às 9h08 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,19%, a R$ 5,2825 na venda.

Na B3, às 9h08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,40%, a R$ 5,3005.

Na quinta-feira (13), a escalada dos preços ao consumidor nos Estados Unidos provocou volatilidade nos principais indicadores do mercado financeiro.

O dólar comercial à vista fechou perto da estabilidade, com ligeira alta de 0,05%, cotado a R$ 5,2740. No momento de maior valorização do dia, porém, a moeda americana chegou a valer mais de R$ 5,38.

O Ibovespa, referência da Bolsa de Valores brasileira, encerrou a sessão em queda de 0,46%, aos 114.300 pontos. Na mínima do dia, o indicador chegou a recuar aos 112.690 pontos, enquanto a máxima atingiu 115.366.

Nos Estados Unidos, o S&P 500, indicador parâmetro para a Bolsa de Nova York, saltou 2,60%, depois de ter caído mais de 1,5% no início das negociações.

Essa disparada das ações no exterior ocorreu horas depois da divulgação feita pelo governo americano de que a inflação nos Estados Unidos subiu acima do esperado.

O movimento dos mercados, incoerente com dados da inflação considerados péssimos para a economia mundial, especialistas atribuíram o resultado dos negócios a ajustes realizados por investidores diante de preços de ativos que já estavam muito rebaixados pela crise inflacionária.

Daniel Miraglia, economista-chefe da Integral Group, afirma que o movimento dos mercados nesta quinta é “puramente técnico”, pois os “fundamentos seguem bem desafiadores e [a alta das Bolsas no exterior] não deve durar”, afirmou.

“A tendência segue de mais volatilidade em ativos de risco até o final do ano na nossa visão”, disse Miraglia.

Detalhes do relatório da inflação americana indicam que os preços devem continuar aquecidos apesar da política de alta dos juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano). Isso pode significar crédito caro por mais tempo e prejuízo prolongado ao crescimento da economia mundial.

O índice de preços ao consumidor americano subiu 0,4% no mês passado depois de avanço de 0,1% em agosto, disse o governo dos EUA nesta quinta. O mercado esperava uma alta de 0,2%.

Nos 12 meses até setembro, o índice teve alta de 8,2%, depois de ter subido 8,3% em agosto. Na base anual, o índice atingiu um pico de 9,1% em junho, que foi o maior avanço desde novembro de 1981.

O dado mais preocupante, porém, é o chamado núcleo da inflação, que exclui os preços voláteis, como energia e alimentos.

Esse indicador ganhou 6,6% em setembro, em relação ao ano anterior, acelerando de 6,3% em agosto e marcando o maior aumento desde agosto de 1982.

Na comparação com o mês anterior, o núcleo do índice subiu 0,6% em setembro, o mesmo que em agosto.

Na véspera, o temor de um cenário de alta ainda mais agressiva dos juros já tinha levado os mercados de ações em Wall Street a fecharem em queda, enquanto o dólar teve ligeira valorização contra as principais moedas. Na Bolsa brasileira não houve negociações devido ao feriado do Dia da Padroeira.

Divulgada nesta quarta (12), a ata da última reunião do Fomc, o comitê de mercado aberto do Fed, já afirmava que autoridades responsáveis pela política de controle da inflação nos Estados Unidos consideram que é necessário continuar subindo juros para frear a escalada dos preços.

Na reunião do mês passado, o Fed elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual pela terceira vez seguida, no esforço para reduzir a maior inflação dos últimos 40 anos.

Projeções do Fomc divulgadas com a ata mostram que a taxa básica de juros, atualmente na faixa de 3% a 3,25%, subirá para a faixa de 4,25% a 4,50% até o final deste ano.

Folhapress
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