25 novembro 2024
A campanha do candidato ao Governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou ter presenciado um tiroteio durante agenda na manhã desta segunda (17) em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo.
De acordo com a equipe do candidato, não houve feridos entre os integrantes da comitiva. A Polícia Militar foi acionada, mas não confirmou os disparos.
Tarcísio estava em Paraisópolis para inaugurar um polo universitário na favela. Segundo ele, a “equipe foi atacada por criminosos”. “Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da Polícia Militar”, escreveu o candidato em sua página no Twitter.
De acordo com o fundador do polo universitário, Wallace Rodrigues, o prédio onde o candidato estava não foi atingido por tiros. “Ouvimos disparos do lado de fora do prédio. Foram disparos para o alto de opositores políticos do Tarcísio”, disse Rodrigues.
Os tiros foram ouvidos no momento em que o fundador iria fazer um discurso. Tarcísio foi orientado por seguranças a deixar o local, desceu os três lances de escada do prédio, entrou na van e foi embora. O veículo, que é blindado, deixou o local em alta velocidade.
O agente licenciado da Polícia Federal e que acompanha Tarcísio, Danilo Campetti, pediu que todos se deitassem no chão. Campetti, inclusive, estava armado.
O secretário da Segurança Pública, João Camilo Pires de Campos, concederá entrevista na tarde desta segunda para falar sobre a ocorrência.
Tarcísio, que tem o apoio do governador Rodrigo Garcia (PSDB) no segundo turno, tem um discurso linha dura na segurança pública, inclusive afirmando que os paulistas não se sentem seguros. Ele também diz que quer rever o uso de câmeras pelos policiais, medida que gerou queda na letalidade.
Rodrigo disse, em nota, que determinou investigação imediata do ocorrido. “Tarcísio de Freitas e ele e sua equipe estão bem. A Polícia Militar agiu rápido e garantiu a segurança de todos. Determinei a imediata investigação do ocorrido”, afirma a nota.
O governador também disse em entrevista à CNN que um homem morreu no tiroteio e que Paraisópolis é segura.
“Uma comunidade de bem, onde todos andam livremente, não podemos confundir com a localidade que ocorreu esse atentado. Importante a polícia esclarecer este atentado, este crime, um dos bandidos foi alvejado e veio a óbito”, afirmou Rodrigo, que não deu detalhes da identidade do homem morto e nem as circunstâncias.
O governador disse não ser possível denominar o que houve como atentado e, sim, como uma “tentativa de crime” que a polícia irá esclarecer.
Antes mesmo de a Secretaria de Segurança Pública ter dado informações sobre o ocorrido, respondendo se houve um atentado político ou uma troca de tiros referente a outra ocorrência, aliados de Tarcísio já associavam o crime organizado ao PT.
Nas redes sociais bolsonaristas, também houve mensagens de solidariedade ao ex-ministro, pedidos de investigação dos mandantes do atentado e referências à facada sofrida por Bolsonaro em 2018.
“Só Lula e o PT conseguem entrar numa comunidade dominada pelo tráfico e serem recebidos sem nenhum tipo de problema”, afirmou o deputado bolsonarista Carlos Jordy (PL-RJ), em referência à recente visita do ex-presidente ao Complexo do Alemão, no Rio.
“A pergunta que fica é: por que a direita, que é contra o tráfico de drogas, não pode entrar em comunidade do PCC e o lula pode entrar no Alemão, comandado pelo Comando Vermelho”, tuitou a deputada Carla Zambelli (PL-SP).
Adversário de Tarcísio, Fernando Haddad (PT) participava de uma caminhada em São Mateus, zona leste, quando foi avisado pela imprensa da troca de tiros. “Não tenho o menor conhecimento disso”, disse.
“Estou fazendo uma campanha de paz e muito respeitosa. […] Eu repudio toda e qualquer forma de violência”, completou, sem comentar o episódio especificamente por não ter informações sobre o ocorrido.
Mariana Zylberkan, Carlos Petrocilo, Carolina Linhares e Renato Machado, Folhapress