Depois de meses de conflito, acordo deve selar paz entre Câmara e Prefeitura e permitir posse de Carlos Muniz como presidente do Legislativo

Um acordo costurado diretamente pelo prefeito Bruno Reis (União Brasil) com o presidente da Câmara Municipal, Geraldo Jr. (MDB), no curso da semana passada e praticamente selado nos últimos dias, deve pôr fim à longa guerra judicial que marcou a disputa para o comando do Poder Legislativo de Salvador, que garantiu a releição do vereador à presidência com um ano de antecedência.

Do entendimento faz parte o encerramento de todas as ações judiciais para que o vereador Carlos Muniz (PTB), eleito primeiro vice-presidente na chapa de Geraldo Jr., assuma a presidência do Poder, e a manutenção de praticamente todas as demais posições na mesa diretora, para a qual foram eleitos quadros governistas. De olho na perspectiva de se tornar o sucessor de Geraldo Jr., o próprio Muniz se empenhou pela construção do pacto.

Desde o princípio, ele sempre apostou numa negociação entre as partes como forma de superar os conflitos que passaram a marcar a relação entre os dois Poderes municipais desde o rompimento de Geraldo Jr. com o grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) para apoiar a candidatura adversária do governador Jerônimo Rodrigues (PT), na chapa de quem se elegeu vice-governador.

Também Geraldo Jr., depois de avaliar que o objetivo de derrotar Neto para eleger o novo correligionário tinha sido cumprido, passou a sinalizar que não havia motivo para prolongar os conflitos, buscando uma conciliação com Bruno.
Com dois anos de mandato pela frente, período em que pretende deixar sua marca na cidade, o prefeito, conhecido pelo perfil conciliador, também dava mostras de que não gostaria de estender a briga.

Discussões a cerca da composição das comissões técnicas, onde os projetos tramitam antes de chegar a plenário, prosseguem antes do anúncio do acordo, esperado para a próxima semana.