Governador define critérios de distribuição de cargos no interior e acelera conversas políticas com a base

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) começou uma reunião na noite desta quarta-feira (27) com líderes da base aliada na Assembleia Legislativa da Bahia tentando anular eventuais queixas sobre a demora em concluir a montagem do governo e começar a distribuição de cargos no interior. Segundo fontes ouvidas pelo Política Livre, o petista pediu desculpas e afirmou que o encontro deveria ter acontecido logo que retornou da viagem oficial à China, há 15 dias. No final das contas, a conversa foi considerada positiva até mesmo pelos aliados novos.

Jerônimo informou aos parlamentares que vai manter o mesmo critério do antecessor Rui Costa (PT), atual ministro da Casa Civil, na distribuição dos espaços regionais – aqueles que abrangem diversos municípios, como é o caso dos hospitais – e nas cidades – envolvendo estruturas principalmente na área da educação. No caso dos regionais, vale a votação proporcional dos eleitos na Assembleia e dos partidos da base. Já para os municípios o que entra na conta é a votação individual dos deputados estaduais exitosos nas urnas.

Jerônimo dará preferência no preenchimento desses espaços aos aliados de primeira hora, que estão com ele desde o primeiro turno das eleições, como o próprio já havia dito ao Política Livre (clique aqui para ler).

No caso deputados estaduais que ingressaram na base depois, como é o caso dos seis do PP e de parte do PL e Solidariedade, esses serão contemplados automaticamente na conta se forem aliados de prefeitos que apoiaram o petista. Mas haverá uma cota pessoal do governo a ser tratada individualmente entre o parlamentar, Jerônimo e o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT).

Para citar um exemplo concreto, um dos casos que precisará ser tratado individualmente é o de Jequié. O deputado estadual mais votado da base foi Hassan (PP), que aderiu este ano ao Executivo. No município, o prefeito, Zé Cocá (PP), apoiou o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União) na disputa pelo Palácio de Ondina e pelo menos ainda não virou governista. Dessa forma, a prioridade na ocupação dos cargos estaduais mais cobiçados no município é do deputado estadual Euclides Fernandes (PT), que teve o segundo melhor desempenho e é aliado de primeira hora.

“Jerônimo deixou claro que vai valorizar os prefeitos que deram sangue na campanha, que estiveram com ele desde o início. Mas ele garantiu também que não vai deixar os novos aliados na Assembleia na mão. Foi tranquila a reunião. Só quem iniciou um princípio de queixa foi o deputado Marquinho Viana (líder do PV), que, como outros, tem prefeitos que votaram com ACM Neto”, contou um dos parlamentares presentes na reunião.

Durante o encontro, Jerônimo prometeu fazer encontros separados entre os blocos governistas na Assembleia. O governador deve ter uma série de reuniões com aliados ainda esta semana. Nesta terça (26), ele também se encontrou com o presidente do PT da Bahia, Éden Valadares. Nesta quarta (27), deve conversar com o MDB e outros partidos aliados.

O presidente da Assembleia, Adolfo Menezes (PSD), divulgou uma foto da reunião na noite de ontem. Ele escreveu que o objetivo da reunião foi discutir “pautas e interesses da Bahia”. Na ocasião, o governador informou que enviará na semana que vem ao Legislativo projetos que garantem o reajuste salarial dos servidores, sobretudo da educação, segurança pública e saúde.

O governador anunciou ainda apoiou à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) de Marquinho Viana que eleva o valor das emendas impositivas pagas para investimentos nas bases eleitorais dos deputados estaduais, que tramita na Assembleia, a criação de novos comandos regionais da Polícia Militar e de um batalhão de mulheres.

Também estiveram presentes na reunião os deputados Luciano Araújo, líder do bloco formado por Solidariedade, partido dele, e o PL; Matheus de Geraldo Júnior, líder do MDB; Robinson Almeida, líder da federação formada por PT, PV e PCdoB; Fabrício Falcão, líder do PCdoB; Niltinho, líder do PP; Ivana Bastos, líder do PSD; e Robinson Almeida, do PT e líder do governo.

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