24 novembro 2024
Finda a batalha interna pela presidência do PP da Bahia, o comando do partido vai se dedicar agora à construção de critérios visando a definição de candidaturas a prefeito ou eventuais apoios no pleito de 2024. O desafio será contemplar as duas alas da sigla: a que deseja retomar de vez a aliança com o PT após o rompimento de 2022, inclusive com a ocupação de novos espaços no governo Jerônimo Rodrigues, e a que prefere seguir no grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União).
A tendência é que o PP volte para a base do governo baiano, seguindo o caminho traçado pelos seis deputados estaduais do partido. Esse também é o objetivo da maioria dos prefeitos pepistas. Entretanto, o novo presidente da legenda na Bahia, o deputado federal Mário Negromonte Júnior, prometeu que, embora pretenda seguir a vontade da maioria, vai respeitar e até dar uma atenção especial para a minoria. Essa facilidade de dialogar com as duas correntes foi decisiva para ele ser escolhido como sucessor do deputado federal João Leão.
Como já vinha sendo antecipado por este Política Livre, essa atenção especial para a minoria envolve principalmente Salvador, onde já há o compromisso do PP de apoiar a reeleição do prefeito Bruno Reis (União), mesmo se o partido aderir de corpo e alma à base de Jerônimo. Os seis vereadores pepistas na capital fazem parte da base do chefe do Executivo municipal. O diretório municipal está sobre influência direta do secretário de Governo da Prefeitura, Cacá Leão, por meio da presidência de Joca Soares.
Nos municípios onde o PP tem prefeitos que irão disputar a reeleição, a exemplo de Jequié, com Zé Cocá, as duas alas do partido devem respaldar essa preferência e dar liberdade para o gestor decidir o melhor caminho, se no governo ou na oposição, diante dos arranjos locais. Onde a legenda não tem prefeitos, um dos critérios adotados, apurou o site, será o desempenho eleitoral dos deputados da sigla, que terão prioridade na formação dos diretórios ou comissões provisórias.
“Com o fim da convenção, ocorrida hoje, vamos chamar a Executiva para que possamos construir critérios que possam dar paz e tranquilidade a todos que estão no partido. Só se faz um partido forte com união. Temos que dar continuidade a tudo que construimos ao logo dos últimos anos. Crescemos muito na presidência do nosso deputado federal João Leão e não queremos parar de crescer”, disse o secretário-geral do PP, Jabes Ribeiro.
Ele garantiu que o espaço de todos será respeitado, inclusive dos deputados federais Cláudio Cajado e Neto Carletto e dos deputados estaduais Nelson Leal e Felipe Duarte – os quatro apoiavam o ex-deputado federal Ronaldo Carletto, que trocou o PP pelo Avante após perder a disputa interna com Mário Júnior pela presidência.
“Conversei hoje com Cajado e com Neto Carletto. Os dois tiveram problemas no interior para chegar na convenção. Cajado teve uma situação mais séria, que foi a inauguração de obras feitas com emendas dele em Tanque Novo. Mas ele pediu para participar da chapa da Executiva e está comprometido conosco. Aliás, os dois são vice-presidentes”, frisou Jabes.
Política Livre