Bacelar diz que retirada de incentivos fiscais mostra que o país está dividido

“Estes parlamentares demonstraram que são preconceituosos, egoístas e xenofóbicos”. A crítica foi feita pelo deputado Bacelar (PV) durante a votação de um dos destaques da Reforma Tributária (PEC 45/19), na tarde desta sexta-feira (7), que derrubou o dispositivo que assegurava benefícios fiscais às indústrias na região Nordeste.

Indignado, o parlamentar criticou os deputados do Sul, Sudeste e, também, do PT que trabalharam pela rejeição da matéria. Mais cedo o parlamentar já havia alertado a bancada sobre uma possível “traição”. Para ele, o resultado da votação mostra que há uma divisão histórica no país.

“São estados brancos, ricos e que já atraem investimentos enquanto o Nordeste trabalha, arduamente, para trazer investidores e indústrias. A Bahia, por exemplo, negocia a chegada de empresas multinacionais há anos e é prioridade do governo. Nordeste precisa de atrativos para a indústria e o programa essencial ao desenvolvimento de Estados como a Bahia, que não retiram absolutamente nenhum direito dos Estados do Sul e do Sudeste” afirmou.

O destaque foi apresentado já no segundo turno de votação pela liderança do PL, sigla de oposição. Por se tratar de uma supressão do texto, o governo tinha que assegurar o apoio de 308 deputados para manter o artigo dentro da PEC (proposta de emenda à Constituição), mas foi rejeitado com apenas um voto de diferença.

Ele lembrou ainda que Nordeste é uma região que historicamente enfrenta desafios econômicos e sociais, e os incentivos fiscais têm sido uma ferramenta importante para atrair investimentos e impulsionar o crescimento regional. “A retirada desses incentivos poderia desencorajar empresas a se estabelecerem na região, reduzindo os investimentos e prejudicando o desenvolvimento econômico local” finalizou.

A medida teria potencial para beneficiar, por exemplo, a montadora chinesa BYD que anunciou na última terça-feira (4) R$ 3 bilhões em investimentos para fabricar carros elétricos em Camaçari (BA), onde funcionava antes a fábrica da Ford. O protocolo foi assinado em outubro de 2022, mas as plantas só devem entrar em operação no fim de 2024.

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