Foto: Betto Jr/Arquivo/PMS
Prefeito de Salvador, Bruno Reis 06 de julho de 2023 | 08:08

Bruno se prepara para negociar apoios para 2024 só depois do Carnaval, por Raul Monteiro*

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Há cerca de duas semanas, o deputado federal e presidente estadual do Republicanos, Márcio Marinho, disse com todas as letras a este Política Livre que o partido não abre mão da indicação do candidato a vice na chapa com a qual o prefeito Bruno Reis (União Brasil) vai disputar a reeleição. “Você sabe que o Republicanos tem uma força muito grande na capital. Se pegar a votação de Rogéria, a de Alex e a de Márcio Marinho na capital, ela passa de 120 mil votos com tranquilidade. É uma votação importante para as eleições do ano que vem”, disse Marinho ao repórter, dando a entender que vai ter luta pela vice do prefeito.

Não é o primeiro partido da base de Bruno a manifestar interesse na posição. Melhor para o prefeito. A 16 meses das eleições, assistir aos aliados antecipando que estão dispostos a brigar para estar em sua chapa é um sinal de que encaram os índices de aprovação à sua gestão, apontados pelas pesquisas, além das primeiras sondagens sobre a sucessão do ano que vem, indicando seu favoritismo, como sinais inequívocos de que, chegada a hora, ele vai se reeleger. Mesmo descontando a antecedência em relação ao pleito, o prefeito é hoje o grande agregador de expectativa de vitória na capital baiana.

A bem da verdade, Bruno está, por enquanto, sozinho em campo, como portador da única candidatura natural para o próximo ano, o que favorece basicamente as menções e lembranças à sua figura. Apesar das referências a alguns nomes na oposição, em especial ao do presidente da Conder, José Trindade, ex-vereador pelo PSB, que aparece como a figura preferida da cúpula petista, a longa distância que separa o presente da próxima campanha eleitoral não permite que ninguém seja oficializado nem mesmo qualquer definição quanto a uma estratégia clara para pleito, o que também, naturalmente, só beneficia Bruno.

Se o script for mantido, será exatamente a forma que o jogo deverá assumir no campo adversário – se o grupo se apresentará com candidatura única, se se dividirá em várias ou mesmo se o nome escolhido revelar consistência e assumir competitividade no curso da disputa – o elemento decisivo para a definição, pelo prefeito, daquele que considerar o seu melhor parceiro de chapa. Hoje, não há porque duvidar das chances de ele optar pela manutenção da vice-prefeita Ana Paula (PDT), levando em conta critérios como representação partidária, lealdade, discrição, capacidade de trabalho e comprometimento, além, claro, de competência.

No comando da secretaria municipal da Saúde, área tradicionalmente complexa e extremamente demandada pela população carente, ela tem realizado mais do que as entregas exigidas pelo prefeito, ajudando na boa avaliação de sua administração. Antes de partir, no entanto, para a escolha do vice, mas provavelmente em consonância com o processo de definição do nome, o prefeito deve abrir as negociações com a base com vistas propriamente à eleição, reacomodando em seu governo as forças que já o apoiam ou alocando eventuais novos aliados. Não esperem, no entanto, que ele faça isso antes do Carnaval de 2024.

*Artigo do editor Raul Monteiro publicado na edição de hoje da Tribuna.

Raul Monteiro*
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