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Candidatura única ao comando do MP da Bahia pode abrir crise com governo Jerônimo Rodrigues

Candidatura única ao comando do MP da Bahia pode abrir crise com governo Jerônimo Rodrigues

Por Política Livre

13/11/2023 às 11:11

Foto: Divulgação/Arquivo

Promotor Pedro Maia, único a registrar candidatura à sucessão da atual chefe do MP baiano, na última sexta-feira

O promotor Pedro Maia será candidato único à sucessão da procuradora Norma Cavalcanti na chefia do Ministério Público da Bahia. Demonstrando mais uma vez grande capacidade de articulação, ele foi o único membro da instituição a inscrever-se no encerramento do prazo, na última sexta-feira, para a disputa, que costuma ocorrer por meio de uma lista tríplice, a partir da qual o governador escolhe o chefe da instituição.

Se, por um lado, com a estratégia, o promotor conseguiu reduzir exclusivamente a ele a opção com que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) trabalhará para indicar o novo comando do órgão na Bahia, por outro, confirma a grande liderança que Maia exerce sobre os colegas no MP baiano, a qual fez dele o mais votado no MP nas últimas quatro eleições seguidas, duas das quais disputadas pela aliada e atual chefe do Ministério Público, Norma Cavalcanti.

Para evitar o registro de candidaturas concorrentes e confirmar a preferência absoluta da instituição pelo nome de Maia, o grupo do promotor, no entanto, envolveu-se em articulações pesadas dentro do órgão para justificar a manobra junto a colegas e evitar o lançamento de eventuais opositores a ele e ao projeto de guindá-lo à disputa sozinho, apesar de a inciativa ter produzido desconfianças mesmo em seus aliados.

As sucessivas vitórias internas de Maia já tinham levado setores do governo a defender, junto a Jerônimo, sua indicação para o cargo se ele voltasse a ser o mais votado da lista nesta eleição, sob o argumento de que não fazia sentido negar à instituição o direito de ser comandada por sua figura mais popular, ainda que ele não demonstrasse alinhamento político com o PT, motivo porque praticamente foi alijado nas últimas escolhas.

A experiência com Norma, indicada nas duas eleições passadas como forma de evitar a ascensão do promotor ao comando do MP, no entanto, mostrou que as decisões do ex-governador Rui Costa (PT) podem não ter sido as mais acertadas em relação à instituição. Ela é considerada no governo corporativista demais e dona de uma visão reducionista do papel do Ministério, além de difícil de trato, o oposto de Pedro, visto como um político nato e um gentleman.

No entanto, em setores do governo mais ligados à área jurídica não há segurança sobre como o lançamento de uma única candidatura será encarado por Jerônimo. Ele pode, por exemplo, se sentir pressionado a escolher Maia e questionar o procedimento, invocando o direito de o MP lhe enviar uma lista tríplice, o que resultaria numa nova eleição e na deflagração de uma verdadeira crise entre os Poderes.

Na história do MP baiano, há registro de candidatura única à chefia apenas quando da recondução ao cargo do então procurador Lidivaldo Brito, hoje desembargador do Tribunal de Justiça do Estado. As eleições para a escolha do procurador chefe ocorrerão no próximo dia 6 de dezembro, envolvendo todo o corpo de promotores e procuradores do órgão.

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