26 novembro 2024
Tempo da vice
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) defende, entre os aliados próximos, a tese de que não deve anunciar apenas quem será o candidato a prefeito de Salvador este ano, mas a chapa completa, já com a definição sobre a vice. Assim, acredita, reforça a unidade do grupo que lidera. O senador Jaques Wagner (PT), por outro lado, acha que a questão da vice pode ser resolvida em 2024, até para que os holofotes sobre o assunto não fiquem apontados apenas para o prefeito Bruno Reis (União).
Ela só pensa nisso
PCdoB e MDB negam acerto para que secretária estadual de Promoção da Igualdade Racial, a comunista Ângela Guimarães, seja a companheira de chapa do vice-governador Geraldo Júnior, emedebista já escolhido por Jerônimo Rodrigues para disputar o Palácio Thomé de Souza. A notícia sobre o acordo foi publicada pelo Política Livre. Mas ninguém pode negar que ela só tem pensado nisso.
Sem fumaça branca
Não há, por enquanto, sinal na base aliada de nova reunião do conselho político para tratar das eleições em Salvador. Ou seja, sem sinalização de fumaça branca no Palácio de Ondina. O que está praticamente confirmado é que o governador Jerônimo Rodrigues viaja com o presidente Lula (PT) para a 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da ONU (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes. Eles devem embarcar no próximo dia 30, com retorno cinco dias depois.
Esquecimento ou aprendizado?
O deputado federal Márcio Marinho, presidente do Republicanos na Bahia, não se sensibilizou com os apelos do PP e do PSDB para que Bruno Reis mantenha Ana Paula Matos (PDT) na chapa em 2024. Embora diga que não tem nada contra a pedetista, reforçou junto aos vereadores comandados que Bruno Reis tem que escolher uma vice evangélica e com densidade eleitoral. Parece esquecer que coube ao Republicanos homologar a empresária Ana Coelho como vice de ACM Neto em 2022.
Concorrência leal
Aliados de Bruno Reis na Câmara Municipal de Salvador querem a garantia de que haverá pelo menos dois candidatos a vereador com mandato em todos os partidos da base do Executivo municipal. Com isso, almejam evitar “concorrência desleal”, já que uma sigla sem políticos de mandato pleiteando a reeleição se torna mais “leve” e atrativa para novatos, suplentes ou raposas sem cadeiras no Legislativo.
Questão de Solidariedade
A estratégia de acomodar vereadores em todos os partidos da base pode contribuir para afastar ainda mais o Solidariedade de Bruno Reis. Outrora aliado, o partido tem um pé fincado no governo Jerônimo Rodrigues, justamente o do presidente da sigla na Bahia, deputado estadual Luciano Araújo. Embora já tenha perdido os cargos indicados na Prefeitura, Araújo não descarta apoiar a reeleição do prefeito. E já avisou que o vereador Fábio Souza, visto como traidor, não terá a legenda na reeleição.
Os seis odiados
Um grupo de seis deputados da oposição decidiu que não vai assinar a PEC da reeleição na Assembleia: Marcinho Oliveira (União), Júnior Nascimento (União), Robinho (União), Manuel Castro (União), Emerson Penalva (PDT) e Pancadinha (Solidariedade). Todos rezam na cartilha do deputado federal Elmar Nascimento (União), adversário do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), maior interessado na medida. A maioria dos seis teme que o líder fique vingativo se apoiarem a proposta.
Sem trator
Um importante deputado do União Brasil que assinou a PEC, por exemplo, perdeu maquinário agrícola que destinaria a município da base eleitoral e que seria liberado pela Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf), controlada politicamente por Elmar Nascimento. Ficou como exemplo.
Jogada ensaiada
Um dia antes de o senador Otto Alencar (PSD) declarar, em entrevista à Rádio Metrópole, que era contra a PEC da reeleição, ele recebeu Adolfo Menezes para uma conversa na própria residência. O encontro reforçou as suspeitas de que as críticas do cacique não passaram de jogo combinado para agradar a deputada Ivana Bastos (PSD), a quem Otto prometeu apoiar em 2025 para o comando do Legislativo estadual. Adolfo tem a preferência da bancada inteira do próprio partido, menos de Ivana, claro.
Com formalidades
Os articuladores da PEC da reeleição querem apresentar o texto antes do recesso de dezembro. Isso só não aconteceu ainda porque desejam ultrapassar com folga as 50 assinaturas. O grupo gostaria, ainda, de colocar o texto em votação até dezembro, mas sabe que isso será impossível porque não contará com a colaboração do líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), para a dispensa de formalidades. O petista quer ser o sucessor de Adolfo Menezes.
Despacho
Aliás, há um movimento bem-humorado na Assembleia para que Rosemberg aceite assumir a cadeira do conselheiro Fernando Vita, que se aposenta em dezembro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Em meio há tanta disputa pela vaga vitalícia, o petista seria o único a ter a unanimidade logo na largada da campanha. Não haveria resistências para a aposentadoria de luxo.
O substituto
Já se trata, dentro do governo Jerônimo Rodrigues (PT), de encontrar um substituto para o secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano (PT), de malas prontas a deixar o Executivo visando concorrer a prefeito de Camaçari. O nome mais forte é o do atual chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, que seria substituído por Jonival Lucas, hoje assessor de Caetano. O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, é outro cotado, além do próprio Jonival.
Cautelar na veia
Com a decisão célere que veio do TSE para o retorno da vereadora Débora Régis (PDT) à Câmara, a prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho (PT), reavalia lançar como sucessor para enfrentar a pedetista em 2024 o atual vice, Vidigal Cafezeiro (Republicanos). Isso porque Cafezeiro é primo do desembargador Raimundo Sérgio Sales Cafezeiro, relator, no TRE, da ação que cassou a edil e que foi desmoralizada pela cautelar do ministro Kássio Nunes Marques, que reverteu a sentença em Brasília.
Negócio da China
O governo do Estado tem enviado com frequência gente para a China, país que é parceiro comercial importante do Brasil e vai instalar a BYD em Camaçari, além de construir a aguardada ponte Salvador-Itaparica. A base de lançamento do pessoal para o gigante asiático tem sido a Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais (SEI), que já enviou cerca de 30 profissionais para lá.
Pitacos
* Filho do vice-governador Geraldo Júnior, o deputado estadual Matheus Ferreira (MDB) não saiu do zero na eleição feita pelos jornalistas dos parlamentares destaques da Assembleia (45 dos 63 legisladores foram votados). Decepcionou o papai.
* Por falar na eleição dos destaques da Assembleia, teve jornalista revoltado porque o deputado bolsonarista Leandro de Jesus (PL) ficou entre os escolhidos, enquanto o deputado Alan Sanches (União) não entrou na lista por um voto.
* Depois que a deputada Fátima Nunes (PT) se declarou negra (e pobre) em um discurso na Assembleia, o colega Samuel Júnior (Republicanos) passou a chamar a deputada Olívia Santana (PCdoB) de “negona original”.
* Visto circulando animado na E-Agro, feira agropecuária realizada na semana passada no Centro de Convenções de Salvador, o deputado federal João Leão (PP) fez questão de experimentar de tudo entre os expositores, sobretudo vinhos e cachaças.
* Em um protesto solitário contra a Via Bahia, nesta terça (21), o deputado estadual Raimundinho da JR enviou um áudio para os colegas afirmando que obteve o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) contra a concessionária. Virou motivo de piada.
* Para não dizerem que ele já vestiu a camisa do Avante, o deputado federal Netto Carletto (PP) usa o boné do partido nos eventos organizados pelo tio Ronaldo Carletto, presidente estadual da sigla. Mas é só uma questão de janela, ou melhor, de tempo.
* O deputado federal Josias Gomes (PT) não quis nem saber do companheiro de partido Geraldo Simões (PT) e declarou apoio à reeleição do prefeito de Itabuna, Augusto Castro (PSD). Ele ainda pediu para o senador Jaques Wagner (PT) fazer o mesmo.
* Ex-prefeito e pré-candidato do PT em Conceição do Coité, Francisco de Assis se tornou o inimigo público número um do Papai Noel. Denuncia diariamente o atual prefeito, Marcelo Rocha (União), por gastar demais para a festa natalina.
* Quem conversa com o prefeito de Jequié, Zé Cocá (PP), acha ele tão otimista sobre a reeleição em 2024 que até parece que vai ganhar de W.O.
* Até aliados do governo criticam a ineficiência da fila da regulação. O prefeito de Itacaré, Antônio de Anízio (PT), ficou irritado por não conseguir transferir um membro da família para o hospital Costa do Cacau, em Ilhéus.
Publicada originalmente às 10h49
Política Livre