22 novembro 2024
O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou na noite desta segunda-feira (11) ao Política Livre que, embora respeite a autonomia da Assembleia Legislativa sobre o tema, vai participar e se envolver nas conversas visando a definição do candidato da base aliada ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Ele afirmou que recebeu quatro nomes de parlamentares governistas interessados em assumir a vaga do conselheiro Fernando Vita, que se aposenta no próximo dia 21. A surpresa é que o chefe do Executivo estadual declarou que o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB) não é um deles.
“Estou participando das conversas, estou envolvido. Se eu disser que não estou, é mentira, e não gosto de mentir. Tem aí os nomes que todo mundo sabe”, declarou o governador, citando os deputados estaduais Fabrício Falcão (PCdoB), Roberto Carlos (PDT), Paulo Rangel (PT) e Rogério Andrade. Ao ser questionado pelo site sobre o deputado federal do PCdoB, outro interessado na cadeira, Jerônimo respondeu: “Daniel Almeida não chegou a demanda. Do PCdoB chegou o nome de Fabrício”. As declarações ocorreram durante assinatura do contrato entre a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a Homerun Brasil Mineração, no Centro Administrativo (CAB), na noite de ontem.
Como já revelou a coluna Radar do Poder, o PCdoB nacional e estadual não têm interesse na indicação do deputado federal. Isso porque o partido só tem sete representantes na Câmara Federal e apostou fortemente na candidatura de Daniel Almeida nos últimos pleitos por meio do fundo eleitoral. Além disso, o suplente do parlamentar é do PT – a atual secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Elisangela Araújo.
E mais: hoje, há um posicionamento dos líderes e da maioria dos parlamentares na Assembleia, a quem cabe a indicação do substituto de Fernando Vita, de que o escolhido deve ser um deputado estadual de mandato. Essa tese também é defendida pelo presidente da Casa, deputado Adolfo Menezes (PSD).
A última indicação de um deputado estadual para uma corte de contas aconteceu em 2014, quando João Bonfim, então parlamentar, foi alçado a uma cadeira no Tribunal de Contas do Estado (TCE). Desde então, o Legislativo tem se submetido à vontade de lideranças políticas externas mesmo quando a vaga é da Casa, como ocorreu este ano quando a ex-primeira-dama Aline Peixoto foi escolhida para o TCM após pedido do ex-governador e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Política Livre