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Os Bonfim, filho e pai, Victor e João 22 de fevereiro de 2024 | 09:52

A família Bonfim e a ingratidão, segundo deputados estaduais baianos

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Não existe gratidão em política. O ditado passou a ser lembrado com frequência nos últimos dias por deputados na Assembleia Legislativa.

Parlamentares do governo e da oposição o utilizam abertamente em referência à família Bonfim.

A alusão tem sido impulsionada por declarações do deputado estadual Paulo Rangel (PT), segundo as quais o colega Victor Bonfim é o principal cabo eleitoral de sua candidatura à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios.

Na versão dos deputados, a vítima da ingratidão dos Bonfim seria o ex-deputado Marcelo Nilo (Republicanos), que concorre à mesma vaga no TCM.

A Casa não cansa de lembrar que foi Nilo o responsável pela escolha do pai de Victor, o então deputado estadual João Bonfim, para conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Tal qual o filho hoje, João sofria, na época, de uma grande rejeição entre os colegas, que o consideravam inconfiável.

Por isso, foi aconselhado por Nilo a fazer um discurso assegurando que, se tivesse seu nome aprovado entre os colegas para o Tribunal, jamais faria um dos filhos deputado em seu lugar.

O qualificado eleitorado da Assembleia torceu o nariz, reclamou da opção que Nilo estava fazendo pelo nome de João, alegando que ia trair a todos, mas aprovou seu nome.

A presença de Victor hoje na Assembleia é a prova de que a turma estava certa e Marcelo, que confiou em João, estava errado.

Não é preciso lembrar que a fama dos Bonfim só piorou no período. Victor é criticado de cabo a rabo no Legislativo. Pelos menos motivos. Ninguém confia nele.

Mas seu envolvimento na campanha de Rangel deu novo gás aos ataques exatamente por causa das intenções que supostamente o motivam.

No fundo, o que se fala no Legislativo é que Victor decidiu aliar-se ao PT para ajudar Rangel na expectativa de que a candidatura do hoje líder governista Rosemberg Pinto à presidência da Assembleia naufrague e ele possa ser, por causa do serviço de agora, apoiado pelo partido no lugar do petista.

Como se vê, Victor trabalha com a esperança de gratidão da parte do PT. Mesmo que em troca da derrubada de um petista mais à frente.

Pequena atualização:

Depois que este texto foi publicado, um deputado do PT ligou para a redação deste Política Livre para observar que um detalhe havia sido esquecido. Depois que o pai virou conselheiro, Victor foi ainda nomeado secretário de Agricultura do Estado, no governo Rui Costa (PT), por indicação de Marcelo Nilo.

Omissão corrigida, mas uma lembrança ainda pior para os Bonfim.

Política Livre
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