30 outubro 2024
A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), destacou a importância das mulheres na Independência da Bahia, lembrada nesta terça-feira (02), ressaltando figuras históricas como Maria Felipa, Maria Quitéria e Joana Angélica. Em suas palavras, a história frequentemente ignora a contribuição dessas figuras, que tiveram papéis cruciais em momentos decisivos do país.
“Na escola, sempre estudamos sobre os homens que conduziram grandes mudanças na história do Brasil, quando, na verdade, muitas coisas não teriam acontecido sem a contribuição de várias mulheres esquecidas ao longo do tempo.A Independência da Bahia não teria acontecido sem as mulheres que lutaram contra a opressão. Portanto, precisamos resgatar seus nomes injustamente esquecidos e prestar-lhes a devida homenagem”, enfatiza Ireuda Silva.
Maria Felipa, marisqueira e pescadora que viveu na Ilha de Itaparica, é um exemplo notável de coragem e liderança. Em 1823, Felipa lutou pela Independência da Bahia ao lado de Maria Quitéria e Joana Angélica. Juntas, elas lideraram um grupo de mais de 200 pessoas, incluindo índios tupinambás e tapuias, além de outras mulheres negras, em batalhas contra as tropas portuguesas que atacavam a Ilha. O grupo de Maria Felipa foi responsável pela queima de pelo menos 40 embarcações portuguesas, um feito que demonstra a determinação e bravura dessas mulheres.
Joana Angélica é lembrada por sua coragem. Ela enfrentou as tropas portuguesas e foi morta após dificultar a entrada dos invasores no Convento da Lapa. Sua resistência simboliza a força e o sacrifício de muitas mulheres que lutaram pela liberdade do Brasil.
Maria Quitéria, por sua vez, é conhecida por seu disfarce inusitado: ela se vestiu como homem para poder participar das batalhas da independência. Sua determinação em contribuir para a causa foi tão forte que desafiou as normas sociais de sua época, tornando-se uma figura emblemática na luta pela independência.
Ireuda também destaca a importância de levar esses exemplos para a sala de aula: “Precisamos incluir essas histórias no currículo escolar, para que nossas crianças e jovens conheçam e se orgulhem das mulheres que lutaram pela nossa liberdade. Essas figuras são fontes de inspiração e representam a força e a determinação que precisamos valorizar em nossa sociedade.”
“Cada uma dessas mulheres enfrentou enormes desafios e preconceitos, mas não se deixaram abater. Suas histórias mostram que a coragem e a liderança não são atributos exclusivos dos homens. A memória de Maria Felipa, Joana Angélica e Maria Quitéria deve ser um farol para todos nós, lembrando-nos da importância de lutar por justiça e igualdade”, conclui a vereadora.