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Encontro reuniu 25 parlamentares tanto da ala do governo como da oposição em torno da mesa farta da família Coronel 23 de novembro de 2024 | 20:08

Alta presença de colegas em aniversário indica que filho de Coronel pode virar alternativa para presidente da Assembleia

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Com a eleição da Mesa Diretora para o novo comando da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) no biênio 2025-2027 se aproximando, algumas movimentações importantes já começaram a ser feitas nos bastidores visando à presidência da Casa. Uma delas foi a comemoração dos 43 anos do deputado estadual Angelo Coronel Filho (PSD), na última segunda-feira (20), que, embora não tivesse um caráter institucional, reuniu nada menos do que 25 parlamentares tanto da ala do governo como da oposição. A reportagem apurou que mais deputados foram convidados e não compareceram por motivo de viagem ou incompatibilidade de agenda.

Abertamente não foi feita uma defesa do nome de Angelo Filho ao maior posto da Assembleia Legislativa, ainda que alguns deputados presentes tenham ensaiado um aceno como forma de agraciar o anfitrião. Entretanto, informações chegadas com exclusividade a este Política Livre apontam que nos bastidores as conversas já estariam muito mais avançadas do que se imagina e números já estariam sendo anotados em um caderno.

Hoje, há um consenso em torno do nome de Adolfo Menezes (PSD) que, sem dificuldade, deverá ser reconduzido à presidência. Caso o mandato dele seja “barrado” por conta da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) que impede a reeleição de presidente da Assembleia numa mesma legislatura, “Adolfo marcha com Angelo Coronel Filho”, assegurou uma fonte da cúpula do governo. O interlocutor frisou que “Adolfo, sentindo que há impedimento, que ele vem consultando (os advogados), o nome é o de Angelo Filho”.

Bancada da oposição

A fonte explicou que, hoje, seria praticamente impossível qualquer nome se eleger presidente da AL-BA sem o apoio da bancada da oposição e que o grupo formado por 19 deputados terá papel decisivo na eleição que se avizinha, em fevereiro de 2025, assim como teve, em 2017, na eleição de Ângelo Coronel (PSD), atual senador da República. “A Assembleia não elege mais ninguém por indicação de cúpula. A cúpula apenas abençoa. Foi assim com Coronel, com Adolfo e será com o próximo presidente”, cravou.

Se Adolfo Menezes desistir da disputa ou ficar impedido de exercer o mandato, na conta atual, Angelo Filho já teria 40 votos, segundo a fonte, sendo os 19 da oposição, 12 do G10 (“Bancada de Coronel”, formada por parlamentares governistas na Assembleia Legislativa com potencial de virar um G20) e nove da bancada do PSD. O número tem perspectiva de crescer, já que há deputados na Assembleia que são considerados “flutuantes”, ou seja, de fácil convencimento.

Uma outra fonte fez questão de destacar que essas movimentações em torno de Angelo Filho não têm relação com as especulações sobre a possibilidade de o pai, o senador Ângelo Coronel, não sair candidato à reeleição em 2026. “Não tem a ver com ‘compensação’. Depois de Adolfo Menezes, o nome de Coronel Filho se apresenta como o mais forte do PSD justamente por conta da influência do pai dele”, disse.

Ivana Bastos

Na avaliação desta fonte, tão graduada quanto a primeira, a situação da deputada Ivana Bastos (PSD) é “difícil”. Embora tenha se colocado candidata à primeira vice-presidência da AL-BA, cargo que o Política Livre revelou no mês de outubro ter virado a ‘bola da vez’, ela segue se movimentando com vistas à presidência também vislumbrando a hipótese de um possível impedimento do favorito Adolfo Menezes. Contra ela, segundo a fonte, pesa o fato de ter se dedicado de forma excessiva à presidência da Unale (União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais) a ponto de “quase virar uma deputada federal”.

O interlocutor ainda frisou que Bastos teria tudo para ser uma candidata mais competitiva por ser considerada uma boa parlamentar e por ter tido a maior votação desta legislatura, 118.417 votos. “Agora que ela saiu da presidência da Unale, ela quer recuperar. A verdade é que ela está ‘sentada’ na promessa do senador Otto Alencar e não está se fazendo candidata ”, pontuou, reconhecendo que o fato de Ivana ser a candidata do cacique do PSD, mesmo partido de Coronel, não assegura ela qualquer perspectiva de vitória. “Sem convencer os colegas, não vai para lugar nenhum”, declara.

Sob reservas, alguns deputados já haviam confidenciado ao Política Livre que num eventual impedimento de Adolfo, a resistência ao nome de Ivana Bastos não estaria relacionada com o fato de ela ser mulher, o que seria inédito no comando da Casa, e sim ao fato dela não estar “fazendo o jogo interno”.

Carine Andrade, Política Livre
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