14 dezembro 2024
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), disse à imprensa nesta quinta-feira (31), durante a reinauguração de uma escola no bairro do Pau Miúdo, que não pretende fazer uma reforma administrativa tão grande quanto a que promoveu no início de 2023, na metade do primeiro mandato. Ele frisou ainda que não tem pressa em anunciar as modificações. As mudanças só devem começar a ser tratadas com os aliados no final de novembro ou início de dezembro, após Bruno retornar de uma viagem internacional com outros prefeitos eleitos e reeleitos do União Brasil.
Este Política Livre apurou que o ocupante do Palácio Thomé de Souza embarcou ontem mesmo com a família para uma curta viagem internacional de descanso. No retorno, ele desembarca diretamente em Brasília, na quarta-feira (6), para participar do evento “Prefeito de Sucesso”, realizado pela Fundação Índigo, presidida pelo antecessor ACM Neto e ligada ao União Brasil.
Cerca de 150 prefeitos eleitos ou reeleitos do partido foram selecionados pela fundação para participar do evento, que termina na quarta-feira (7). Além de Bruno Reis, da Bahia confirmaram presença Otoniel Teixeira (Barreiras), Débora Régis (Lauro de Freitas) e Monalisa Tavares (Ibicaraí). O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, presidenciável da legenda, será uma das “estrelas” do encontro.
Bruno também deve ter audiências em Brasília em ministérios e no Congresso Nacional. Ele pretende se reunir com o senador Ângelo Coronel (PSD), relator do Orçamento Geral da União de 2024 (OGU), para tratar de investimentos federais para Salvador.
Após a agenda em Brasília, o prefeito de Salvador deve retornar à capital baiana, mas já tem uma outra viagem internacional programada para o dia 14 de novembro. Junto com ACM Neto, a fundação convidou prefeitos eleitos e reeleitos para um intercâmbio de trabalho fora do país, para troca de experiências sobre modelos de gestão. Os detalhes ainda não foram divulgados. Somente após essa agenda é que Bruno Reis deve intensificar as conversas com aliados sobre a reforma administrativa.
Acomodar aliados
Entre os objetivos da reforma está acomodar o PL, que apoiou a reeleição de Bruno, e reacomodar o PSDB, que deseja um espaço maior pelo tamanho que saiu das urnas – elegeu seis vereadores. Esta semana, este Política Livre revelou que o ex-ministro João Roma, que comanda a primeira sigla, mira a Secretaria da Saúde. Entretanto, outra alternativa ventilada pelo PL é a pasta da Cultura e Turismo, junto com a Saltur.
Já o PSDB deve retomar o comando da Secretaria da Educação, que perdeu na reforma de 2023. Como já revelou a coluna Radar do Poder com exclusividade, o partido, por meio do deputado federal Adolfo Viana, deve indicar para a titularidade da pasta o atual secretário de Gestão, Rodrigo Alves, que já foi diretor de Infraestrutura na Educação e é ligado aos tucanos. O atual secretário de Educação, Thiago Dantas, que é da cota pessoal de ACM Neto e Bruno Reis, deve ser relocado.
A expectativa é que Bruno Reis convide ao menos três vereadores da base para assumir funções no Executivo: do União Brasil, que elegeu a maior bancada, com sete; um do PDT, que dobrou de tamanho e emplacou quatro cadeiras; e um do Republicanos, que emplacou quatro vagas. O movimento contemplaria os suplentes: Palhinha (ex-vereador), Zilton Netto e Beca (ex-vereador), respectivamente.
Do União Brasil, estão cotados os vereadores reeleitos Duda Sanches, Cláudio Tinoco, Marcelle Moraes e Kiki Bispo, que é o atual líder do governo na Câmara. Desses, apenas Duda nunca teve uma experiência no Executivo.
Já no PDT, o nome mais cotado para ocupar uma secretaria é Roberta Caíres, que ficaria com a pasta de Política para as Mulheres. Eleito o vereador mais bem votado no ninho pedetista, Omar Gordilho, que já comandou a Limpur e a Secretaria da Ordem Pública, deve exercer o mandato.
No Republicanos, é dado como certo o retorno do vereador Luiz Carlos à Secretaria da Infraestrutura, que jé é controlada pelo partido. O edil deixou a pasta para poder ser candidato à reeleição.
Política Livre