14 dezembro 2024
A notícia de que quatro deputados estaduais da oposição estariam prestes a desembarcar na ala do governo se espalhou como rastilho de pólvora no meio político e caiu como uma bomba no ninho do União Brasil.
O almoço realizado, na última semana, entre o líder do partido na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento, e os deputados da legenda, Manoel Rocha, Júnior Nascimento, Marcinho Oliveira e, ainda, Emerson Penalva (PDT) e Pancadinha (Solidariedade), todos eles integrantes da bancada liderada por Elmar na Assembleia Legislativa (AL-BA), na verdade, teve como pano de fundo as tratativas de como se daria essa “mudança de lado”.
Após ser escanteado da sucessão da Câmara, o interesse de Elmar em se mostrar leal ao PT no plano nacional, com deferências extensivas à gestão estadual, seria a possibilidade de ele assumir um ministério no governo Luiz Inácio Lula da Silva, à presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Casa por pautar as principais votações, ou ainda uma das duas vagas que serão abertas no Tribunal de Contas da União (TCU).
Informações chegadas com exclusividade a este Política Livre apontam que, internamente, a expulsão do deputado Marcinho Oliveira do União Brasil por infidelidade partidária já vinha sendo aventada devido à constrangedora sintonia entre o parlamentar e o governo do petista Jerônimo Rodrigues. Além de já ter subido no palanque do governador em agendas no interior do Estado, Marcinho também já vinha votando com a bancada do governo projetos de interesse do Executivo, a exemplo de pedidos de empréstimos, divergindo da orientação da bancada da oposição na AL-BA.
No bastidor, a informação de que Oliveira buscaria abrigo no ninho de Jerônimo e levaria consigo seus pares se intensificou neste fim de semana. Segundo apurou a reportagem, dos parlamentares que almoçaram com Elmar Nascimento, o único deputado que não estaria em tratativas para sair da oposição seria o pedetista Emerson Penalva. O nome dele, inclusive, passou a ser cogitado para assumir uma secretaria na gestão Bruno Reis, após ele articular mais de 82 mil votos entre vereadores eleitos e suplentes na última eleição.
Em compensação, o possível quinto parlamentar que “talvez” abandone a legenda comandada pelos caciques Paulo Azzi e ACM Neto é o deputado Robinho, também fiel escudeiro de Elmar Nascimento. Líder do União Brasil na Assembleia Legislativa, Robinho já foi da base governista pelo PP. Ele não esteve presente no encontro, porém sua ausência foi sentida pelo colega Júnior Nascimento que, em postagem em suas redes sociais, fez referência ao correligionário: “Só faltou o nosso amigo e deputado @deputadorobinho, que não pôde estar presente e tomou falta dessa vez!”, disse.
A reportagem tentou descobrir qual ou quais seriam os espaços que o grupo de Elmar Nascimento vislumbra ocupar no governo Jerônimo Rodrigues, mas a informação ainda é guardada a sete chaves. Sobre o partido que receberia os dissidentes, especula-se que uma parte poderá ir para o Avante, comandado na Bahia pelo ex-deputado federal Ronaldo Carletto.
Carine Andrade
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