6 janeiro 2025
O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União), deve fazer mudanças no comando da Guarda Civil Municipal na reforma administrativa. Segundo apuração deste Política Livre, as alterações, que contemplariam a ala mais ideológica do PL, atingiriam a inspetoria da corporação e a Diretoria de Prevenção à Violência, que são estruturas ligadas à Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop).
Atualmente, o inspetor da Guarda é Marcelo Silva. Já a diretoria, à qual a corporação é subordinada, é liderada por Maurício Lima, que está no cargo desde a gestão de ACM Neto (União). O deputado federal bolsonarista Capitão Alden (PL) mantém conversas com o prefeito para emplacar as duas indicações. As negociações ocorrem diretamente entre Bruno Reis e o parlamentar, sem o intermédio do presidente do PL baiano, João Roma.
O primeiro nome cogitado por Alden para a diretoria foi o de João Gomes de Souza Neto, que exerceu a função de inspetor da Guarda no governo de ACM Neto. Entretanto, a sugestão sequer teria sido encaminhada a Bruno por questões políticas. Vale lembrar que, em setembro de 2017, João Gomes foi exonerado pelo então prefeito após acusações de que Maurício Lima estaria extrapolando as funções. Na época, a corporação deixou até de participar do desfile do Sete de Setembro.
Em conjunto com o próprio João Gomes, Alden estaria indicando ainda nesta segunda-feira (30) um outro nome para a inspetoria, que só pode ser ocupada por um guarda civil municipal. Já o cargo de Maurício Lima é de livre nomeação.
Vale lembrar que Capitão Alden já tem atuado junto à Prefeitura na elaboração do Plano Municipal de Segurança Pública. Isso aproximou o parlamentar do prefeito e da estrutura da Guarda Civil Municipal.
Com essas indicações, o PL pode ficar sem cargo no primeiro escalão do Palácio Thomé de Souza. O partido já teria desistido de brigar pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que era o pleito inicial, conforme revelou este Política Livre.
Além disso, a falta de um acordo pré-eleitoral sobre ocupação de espaço na gestão municipal e o fato de Bruno Reis declarar apoio à pré-candidatura do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), à Presidência da República, teria afastado o interesse das cúpulas estadual e nacional do PL em disputar um espaço de maior peso na reforma administrativa do prefeito de Salvador.
Enquanto no plano nacional o PL defende a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PL), que almeja retornar ao Palácio do Planalto mesmo estando inelegível no momento, na Bahia João Roma é colocado como alternativa ao governo em 2026.
Política Livre