9 janeiro 2025
Apesar do silêncio do prefeito Bruno Reis (União) sobre a reforma administrativa, as articulações seguem acontecendo nos bastidores em meio a especulações e clima de tensão na base. Já há, inclusive, uma crise ensaiada com o PSDB, partido do presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz.
Emissários do prefeito teriam sondado lideranças do PSDB sobre a possibilidade de Bruno Reis oferecer ao partido uma outra pasta que não a desejada Secretaria Municipal da Educação (Smed), o que, a princípio, não teria agradado aos tucanos. O assunto foi um dos abordados das rodas de conversa na confraternização de final de ano dos vereadores, que aconteceu na terça-feira (17), num restaurante do bairro da Pituba.
Uma das alternativas ventiladas pelos emissários do prefeito seria entregar aos tucanos a Secretaria de Saúde (SMS). “Bruno não conversou ainda com o PSDB, mas pessoas ligadas a ele estão fazendo sondagens. Agora, se for uma compensação para descumprir um acordo feito antes da eleição, não adianta oferecer outra pasta apenas. Tem que ter algo mais”, disse ao site um tucano influente.
Hoje, o PSDB ocupa a titularidade da Secretaria de Gestão (Semge), com Rodrigo Alves, nome ligado ao deputado federal tucano Adolfo Viana. Como já revelou com exclusividade a coluna Radar do Poder, Rodrigo é o indicado do partido, com o aval de Carlos Muniz, para ser o novo titular da Smed no segundo mandato de Bruno Reis. Os tucanos alegam que esse foi o acordo firmado com o prefeito antes disputa eleitoral.
Segundo apurou o site, Adolfo Viana quer que o acordo seja cumprido, ou, caso contrário, pode iniciar um processo de afastamento do PSDB da base do prefeito. “Não há de se falar em romper, em ir para a oposição, de fazer ameaça nesse sentido, mas o tratamento será recíproco, evidentemente. A primeira coisa que faremos, em caso de descumprimento do acordo, é devolver a Semge, acredito”, afirmou o mesmo tucano, repetindo, inclusive, o que já disse abertamente o próprio Muniz.
A dificuldade de Bruno Reis em nomear um tucano para a Smed é que o atual titular da pasta, Thiago Dantas, é muito ligado ao ex-prefeito ACM Neto (União), além de ser considerado um quadro técnico competente. Há, inclusive, um movimento político da vereadora Roberta Caires (PDT), uma das principais aliadas de Neto na Câmara Municipal, para que Thiago permaneça na pasta – a edil, inclusive, recebeu abertamente o apoio do secretário na campanha, como já mostrou diversas vezes o site.
Outra possibilidade ventilada por fontes no Palácio Thomé de Souza é que Thiago Dantas seja deslocado para a SMS. Nesse caso, restaria saber qual será o espaço do PDT, uma vez que a vice-prefeita Ana Paula Mato, que é pedetista, deseja retornar ao posto, que tem tanto ou até maior peso político do que a Smed. Ana também é cotada para assumir a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult).
Vale lembrar que a Smed já era comandada pelos tucanos até janeiro de 2023, quando Bruno Reis fez a primeira reforma administrativa do governo e Thiago assumiu a chefia da pasta. Após eleger seis vereadores na federação com o Cidadania, se tornando a segunda maior bancada governista na Câmara Municipal, os tucanos acreditam que merecem retomar um papel de destaque na Prefeitura.
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