Ascensão de Ivana a comando da Assembleia deve desequilibrar ainda mais coalizão governista em favor do PSD, teme federação

O acordo que resultou na promessa da entrega do comando da Assembleia Legislativa ao PSD na eventualidade de o presidente Adolfo Menezes, do partido, ser reeleito e cassado (Clique aqui para ler) não deixou apenas o PT chupando dedo.

Os demais partidos que integram a coalizão governista também se queixam do que chamam de histórico de privilégios de que, em sua avaliação, a sigla liderada pelo senador Otto Alencar desfruta há anos na relação com o governo.

Eles argumentam que o PSD comandou o Legislativo durante seis dos últimos oito anos computando o intervalo em que o PP conduziu a Casa com o deputado estadual Nelson Leal por um mandato apenas.

Agora, calculam que o partido poderá exercer o controle sobre a Assembleia por mais quatro anos na hipótese de Adolfo cair e vir a ser sucedido pela colega de partido Ivana Bastos, como foi acordado esta semana (Clique aqui para ler) entre o PT, o PSD e o governo.

Tanto poder pode até sair barato para a legenda, mas seguramente muito caro para os demais aliados do governo, alegam deputados de partidos como o PCdoB e PV, que integram a federação liderada pelo PT.

Eles se referem basicamente ao impacto que a eventual ascensão de Ivana pode causar na bancada, levando em conta o perfil aguerrido e manifestamente partidário da parlamentar.

Já se calcula, por exemplo, que o número de deputados do PSD pode saltar de nove para até 13 na Casa e de seis para até nove na Câmara dos Deputados devido ao empenho que Ivana pode empregar, usando a estrutura da Assembleia, para ajudar na eleição de quadros do partido em 2026.

“Quem imagina que Ivana vai ser uma reprodução da gestão de Adolfo pode ir se preparando. Ela tem temperamento para ir para cima, brigar pelo partido dela”, diz um deputado da federação, afirmando não ter dúvida de que, inclusive, a parlamentar será apoiada por Otto no projeto de fortalecer ainda mais o PSD.

Como a física ensina que dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo, o crescimento do PSD se dará, naturalmente, em detrimento do tamanho atual dos parceiros governistas da coalizão, conclui a mesma fonte.