/

Home

/

Noticias

/

Economia

/

Sem controle fiscal, choque de juros terá de ser maior para conter inflação, diz Febraban

Sem controle fiscal, choque de juros terá de ser maior para conter inflação, diz Febraban

Por Douglas Gavras, Folhapress

10/01/2025 às 17:27

Atualizado em 10/01/2025 às 19:24

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Arquivo

Em carta, entidade que representa os bancos projeta IPCA distante do centro da meta em 2025

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) disse nesta sexta-feira (10) que, sem a coordenação com a política econômica, o esforço do BC (Banco Central) para conter a inflação terá de vir por um choque de juros ainda maior, que pode comprometer a atividade.

O alerta está em um texto no qual a entidade comenta o dado de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de 4,83% em 2024, acima do teto de 4,5%, conforme apontado mais cedo pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A entidade representante dos bancos lembra que o BC já voltou a elevar a taxa Selic (os juros básicos) ainda no ano passado, com claras indicações de novas altas no início de 2025, para controlar os vetores de maior pressão inflacionária.

"Se o BC tiver que realizar esse trabalho sem a coordenação com a política econômica, o choque de juros terá que ser muito elevado e pode comprometer o bom desempenho da atividade que temos visto até o momento. Neste sentido, é importante que a política fiscal também continue dando sua contribuição", alerta.

No texto, a Febraban afirma que, na linha das projeções de inflação do mercado para 2025 e 2026, a expectativa é de que o IPCA ainda siga distante do centro da meta.

A federação também reforça a importância de o Banco Central manter-se "diligente e firme para reancorar as expectativas e alcançar a necessária convergência da inflação para a meta de 3%".

Em sua análise, a Febraban também destaca que o cenário não é de descontrole, embora preocupe, e que a autoridade monetária tem agido de forma diligente.

O enfrentamento, no entanto, demanda cautela e a ação coordenada da política monetária e da política fiscal, reforça.

O texto, assinado pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney, diz que o Ministério da Fazenda já encaminhou medidas adicionais de redução dos gastos.

"Mas não podemos parar por aí. Precisamos avançar com essa pauta, considerando inclusive as condições ainda bem adversas e incertas do cenário internacional, que tem se mostrado cada vez menos benigno para os países emergentes."

O informe destaca, ainda, que o resultado do IPCA no ano passado foi particularmente influenciado pelos alimentos consumidos no domicílio, como reflexo de questões relacionadas à oferta de produtos e ao aumento da demanda.

Segundo o IBGE, o grupo alimentação e bebidas teve alta de 7,69% no ano passado, a maior desde 2022 (11,64%). Outros impactos de destaque vieram de saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%).

Sidney acrescenta que o índice também é um alerta para a continuidade de pressões que vêm dos preços dos serviços, sobretudo daqueles que, de acordo com o Banco Central, têm maior relação com a atividade econômica e o mercado de trabalho.

Comentários
Importante: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Política Livre
politica livre
O POLÍTICA LIVRE é o mais completo site sobre política da Bahia, que revela os bastidores da política baiana e permite uma visão completa sobre a vida política do Estado e do Brasil.
CONTATO
(71) 9-8801-0190
SIGA-NOS
© Copyright Política Livre. All Rights Reserved

Design by NVGO

Nós utilizamos cookies para aprimorar e personalizar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda em contribuir para os dados estatísticos de melhoria. Conheça nossa Política de Privacidade e consulte nossa Política de Cookies.