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Ministro da CGU chama de ‘conversa de boteco’ queda do Brasil em ranking de percepção da corrupção
Ministro da CGU chama de ‘conversa de boteco’ queda do Brasil em ranking de percepção da corrupção
Por Karina Ferreira/Estadão
11/02/2025 às 18:35
Atualizado em 11/02/2025 às 21:14
Foto: Wilson Dias/Agência Brasil/Arquivo

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinícius Marques de Carvalho, contestou o resultado do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), divulgado pela Transparência Internacional nesta terça-feira, 11, que coloca o Brasil na pior posição da série histórica, iniciada em 2012. Para o chefe da CGU, a metodologia da pesquisa se compara à “conversa de boteco”.
Em entrevista à GloboNews, o ministro questionou o resultado, que mostra que uma das causas para a percepção da corrupção ter aumentado é o silêncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a pauta anticorrupção.
“A Transparência dizer que a percepção da população sobre corrupção aumenta porque o presidente não fala disso. De onde tiraram? O que tem de sério? É uma correlação, não tem causalidade, não tem nada, é conversa de boteco”, disse.
Neste ano, o Brasil ficou na 107ª posição de 180 países, com 34 pontos, empatado com Argélia, Malauí, Nepal, Níger, Tailândia e Turquia. O relatório menciona o enfraquecimento do combate à corrupção, citando exemplos como a renegociação dos acordos de leniência da Operação Lava Jato, em que réus se comprometeram a pagar multas para ressarcir danos causados por desvios éticos.
Outro exemplo é a manutenção do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, no cargo, mesmo após ser indiciado pela Polícia Federal por corrupção passiva, fraude em licitação e organização criminosa. O caso foi revelado pelo Estadão em janeiro de 2023.
Para Carvalho, a pesquisa não ouviu a população e servidores públicos, se baseando somente na opinião de empresários e executivos. Para ele, trata-se de uma “pesquisa de opinião”. O índice atribui notas em uma escala entre 0 e 100, sendo que quanto maior a pontuação, maior é a percepção de integridade daquele País. Em nota publicada na manhã desta terça, a CGU “alertou” para “limitações metodológicas” do índice.
“O IPC mede percepção, não a ocorrência real de corrupção, e seu próprio relatório recomenda cautela na interpretação dos resultados, especialmente em relação a variações (”sutis” ou “estatisticamente irrelevantes”) da pontuação. Os países que combatem corrupção podem ser penalizados no IPC, uma vez que a exposição de casos e investigações impacta negativamente a percepção sobre o problema. O combate à corrupção não pode ser tratado como um fator negativo para a avaliação de um país", diz a nota.
