Foto: Lucas Figueiredo/CBF/Arquivo
O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues 24 de março de 2025 | 13:38

Ednaldo é reeleito presidente da CBF com promessa de combater discriminação

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Ednaldo Rodrigues, 71, foi reeleito nesta segunda-feira (24) o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Depois da fracassada tentativa do ex-jogador Ronaldo de lançar uma candidatura opositora, o atual mandatário acabou declarado vencedor por aclamação por não ter nenhum outro adversário.

Historicamente, os presidentes angariam apoio suficiente das federações nos meses que precedem a eleição, tornando o pleito uma mera formalidade. Ao lançar sua chapa em busca da reeleição, Ednaldo contou com o apoio das 27 federações e de 26 clubes.

Na reta final de seu atual mandato e durante todo o ciclo do próximo, de março de 2026 a março de 2030, o dirigente terá a missão de cumprir uma importante e difícil promessa, de combater a discriminação no futebol, sobretudo o racismo.

O compromisso consta, inclusive, no lema definido pela chapa do cartola: “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”. Apesar de ressaltar a “inclusão”, não há nenhuma mulher no grupo indicado para compor os vice-presidentes. São oito homens.

É o combate ao racismo, porém, a principal bandeira de Ednaldo Rodrigues. E a razão pela qual ele entrou em rota de colisão com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) na véspera do pleito.

Ednaldo Rodrigues, 71, foi reeleito nesta segunda-feira (24) o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Depois da fracassada tentativa do ex-jogador Ronaldo de lançar uma candidatura opositora, o atual mandatário acabou declarado vencedor por aclamação por não ter nenhum outro adversário.

Historicamente, os presidentes angariam apoio suficiente das federações nos meses que precedem a eleição, tornando o pleito uma mera formalidade. Ao lançar sua chapa em busca da reeleição, Ednaldo contou com o apoio das 27 federações e de 26 clubes.

Na reta final de seu atual mandato e durante todo o ciclo do próximo, de março de 2026 a março de 2030, o dirigente terá a missão de cumprir uma importante e difícil promessa, de combater a discriminação no futebol, sobretudo o racismo.

O compromisso consta, inclusive, no lema definido pela chapa do cartola: “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”. Apesar de ressaltar a “inclusão”, não há nenhuma mulher no grupo indicado para compor os vice-presidentes. São oito homens.

É o combate ao racismo, porém, a principal bandeira de Ednaldo Rodrigues. E a razão pela qual ele entrou em rota de colisão com a Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) na véspera do pleito.

Seleção em crise, troca de técnicos e disputas judiciais marcam primeira gestão de Ednaldo

Presidente da Federação Baiana de Futebol por quase duas décadas, o cartola assumiu a presidência da CBF pela primeira vez em agosto de 2021 de forma interina, após o afastamento de Rogério Caboclo. Foi eleito para o primeiro mandato em chapa única, em março de 2022.

À época sob o comando de Tite, a seleção chegou a ter bons resultados no período, com aproveitamento de mais de 80% e apenas uma derrota, mas o empate com a Croácia culminou na eliminação na Copa do Qatar, nos pênaltis.

Com a nova queda nas quartas de final do Mundial, Tite deixou o cargo, e a procura por um novo técnico gerou o primeiro desgaste ao presidente da CBF.

Em busca de um nome de peso para comandar a equipe, Ednaldo chegou a indicar a contratação do italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid, mas para somente dali a um ano, em meados de 2024.

Nesse meio tempo, Ramon Menezes, emprestado da seleção Sub-20, e Fernando Diniz, dividido com o Fluminense, assumiram interinamente, sem conseguir entregar os resultados esperados. Com a dupla, o time acumulou cinco derrotas, três vitórias e um empate, com aproveitamento de apenas 37%, um dos piores da história.

Pressionado pela falta de resultados dentro de campo, que também contou com a não classificação da seleção masculina para os Jogos de Paris, Ednaldo ainda teve de lidar com uma disputa na Justiça pelo comando da entidade.

Em dezembro de 2023, ele foi afastado por decisão do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), pelo entendimento de que um acordo firmado entre a CBF e o MPF (Ministério Público Federal), que abriu caminho para sua eleição, era ilegal. Após uma série de idas e vindas nos tribunais, o dirigente foi reconduzido ao cargo em janeiro de 2024, por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

Tão logo retomou o assento, a primeira decisão foi demitir Fernando Diniz. Com Ancelotti renovando com o Real Madrid e a pressão por um nome em definitivo, Ednaldo acertou com Dorival Júnior nos primeiros dias de 2024 para conduzir o Brasil até a Copa.

Com dificuldades da equipe em encontrar a formação ideal sem Neymar, o ano de 2025 será importante para que o presidente da CBF possa avaliar a permanência da atual comissão técnica até 2026.

Na semana passada, em meio aos preparativos para duelos importantes da equipe no caminho até o Mundial, contra Colômbia e Argentina, Ednaldo convocou as eleições da entidade para esta segunda-feira.

O processo foi mera formalização para a recondução ao cargo —sua chapa foi a única registrada para o pleito, contando com o apoio de 27 federações e 13 clubes da Série A e 13 da Série B.

“A gente vai procurar fazer um mandato que busque cada vez mais o fomento do futebol brasileiro, lutando pela purificação desse futebol e pela inclusão social e principalmente no combate ao racismo e a todo tipo de discriminação”, disse Ednaldo.

O ex-jogador Ronaldo Nazário chegou a anunciar sua candidatura, mas não encontrou respaldo para seguir com a empreitada. Segundo ele, das 27 federações procuradas, encontrou 23 portas fechadas.

Ednaldo assume o segundo mandato com o compromisso assumido junto aos clubes de maior transparência e participação na gestão e de apoio à criação de uma liga do futebol brasileiro.

Luciano Trindade e Lucas Bombana, Folhapress
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