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Lula vai ‘quebrar indústria da conserva’ ao zerar imposto de importação da sardinha, reclama setor

Lula vai ‘quebrar indústria da conserva’ ao zerar imposto de importação da sardinha, reclama setor

Por Eduardo Barretto/Estadão

09/03/2025 às 09:40

Foto: Divulgação

Eduardo Lobo, presidente da Abipesca

O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, afirmou à Coluna do Estadão que a decisão do governo Lula de zerar a tarifa de importação da sardinha vai “quebrar a indústria nacional” de conserva. A taxa de importação atual do pescado é de 32%, a maior na lista de alimentos com impostos cortados pelo governo na quinta-feira, 6.

Lobo disse que o governo agiu “sem base” e não consultou o setor sobre a mudança. Ressaltou que a inflação do produto foi de menos de 1,5% em 2024, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), e avaliou não haver nenhum motivo que justifique a isenção.

“O governo radicalizou sem estratégia e o resultado para a população vai ser inócuo. Vai quebrar a indústria nacional de conserva e inundar o mercado de sardinha asiática”, ressaltou. Lobo observou, ainda, que a sardinha é um produto das camadas sociais C e D”, ressaltou.

O faturamento da indústria de conserva nacional se deve em 75% à sardinha. Diferentemente de outras espécies de pescado, a sardinha não costuma ser vendida congelada ou fresca, mas enlatada.

O presidente da entidade calculou que a medida do governo colocará em risco 5 mil empregos no setor nos próximos 90 dias. Também estimou que marcas tradicionais como Coqueiro, Gomes da Costa e Robinson Crusoé podem ser “aniquiladas” do mercado.

Na quinta-feira, 6, o vice-presidente Geraldo Alckmin anunciou medidas para tentar combater a alta da inflação nos alimentos. Uma delas foi zerar a tarifa de importação para nove alimentos, entre eles a sardinha, cuja taxação atual é de 32%, a maior da lista. O café, a título de comparação, tem um imposto de importação de 9%.

Nos próximos dias, a Abipesca, que representa empresas responsáveis por 90% das exportações de pescados do País, pedirá formalmente ao Ministério da Pesca e ao Ministério da Agricultura e Pecuária que revejam a decisão. O corte das tarifas ainda precisa do aval da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

Para Lobo, o governo Lula poderia cortar as taxas de importação de peixes com preço acessível e que não são produzidos no Brasil, a exemplo da polaca-do-Alasca, dos Estados Unidos, e do peixe-panga, da Ásia.

“É um caos instalado nas beiras de praia, nos litorais das regiões Sul e Sudeste. O governo não consultou o setor produtivo ou o Ministério da Pesca. A medida foi midiática, anunciada como um coelho tirado da cartola”.

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