18 maio 2025
A decisão do líder do União Brasil na Câmara, Pedro Lucas Fernandes (MA), de recusar o convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o Ministério das Comunicações causou “dor de cabeça” para o partido definir uma nova indicação ao cargo. Segundo apurou a Coluna do Estadão, o Palácio do Planalto sinalizou que não aceita no posto nenhum deputado que tenha assinado a urgência para o projeto de lei da anistia ao 8/1. O problema é 42 dos 59 integrantes da bancada endossaram a proposta bolsonarista.
A vantagem da indicação de Pedro Lucas era que ele já vinha fazendo acenos ao governo Lula e passa longe de apoiar a anistia. Membros da sigla avaliam que o critério do Planalto reduz drasticamente o leque de opções e cria um impasse no partido.
Pedro Lucas reuniu-se nesta terça-feira, 22, com o presidente da legenda, Antonio de Rueda, de quem é próximo, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Nesse almoço, ficou definido que ele continuará como líder da bancada na Câmara para evitar uma “disputa fraticida” por sua sucessão.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, chegou a anunciar publicamente que Lula havia convidado o líder do União para assumir o lugar de Juscelino Filho na Esplanada, após o ex-ministro ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por caso de desvio de emendas, revelado pelo Estadão, e pedir demissão.
O deputado Moses Rodrigues (União-CE) também chegou a ser cogitado como opção para o ministério, mas o parlamentar está na lista de signatários do requerimento de urgência para a anistia. Agora, o União terá de quebrar a cabeça para encontrar um novo nome.
Integrantes do União avaliam que o Planalto pode decidir entregar o ministério a outro partido. O PSD, contudo, que já cobiçou a pasta do Turismo, não demonstra interesse nas Comunicações.
Iander Porcella/Estadão