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Governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil) 07 de abril de 2025 | 11:01

Entrevista: Ronaldo Caiado: “No primeiro turno, cada partido, o nosso, o PL, o PT deve lançar seu candidato a presidente”

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), cumpriu uma agenda extensa em Salvador na última semana, onde lançou sua pré-candidatura à Presidência da República, aproveitando o fato de que a capital baiana vive sob o comando do seu partido há mais de 12 anos. Em entrevista exclusiva ao Política Livre, no último sábado (5), durante o seu último compromisso na cidade, ele fez um balanço sobre a iniciativa.

O pré-presidenciável revelou que ficou satisfeito com tudo o que aconteceu na Bahia, com a qual tem laços antigos por ser a  terra de sua mulher, nascida em Feira de Santana. Salientou que não está preocupado, neste momento, em reunir partidos para o seu projeto de 2026 e defendeu que o pleito do ano que vem seja pautado por projetos e ações, debate que, segundo ele, lamentavelmente foi perdido nos últimos anos devido à polarização.

O atual governador de Goiás também falou ao site que não teve qualquer contato com o Jerônimo Rodrigues (PT) durante este período em solo baiano. No entanto, revelou que o petista disponibilizou todo aparo de segurança pública durante a estadia dele em Salvador. Os dois, há alguns meses, protagonizaram um debate sobre a situação da segurança pública na Bahia.

Leia a entrevista na íntegra:

Política Livre: Governador, o senhor avalia que teve impacto o lançamento de sua pré-candidatura na Bahia?

Ronaldo Caiado: Sem dúvida, foi um período importante. Até porque tive a oportunidade de poder falar com todos os segmentos da sociedade. A parte empresarial, a parte rural também, poder falar com toda a comunidade aqui no evento e também poder ser recebido pelo pastor Rogério (Dantas). Ele também é acompanhado aqui do Jairinho e também do deputado federal Otoni de Paula (MDB), que tem sido também um ponto de apoio, até porque em todas as minhas campanhas no estado de Goiás eu sempre tive ali uma presença muito forte das lideranças evangélicas e que sempre me deram uma vitória substantiva em todas as minhas eleições.

“Digo a você que o tamanho do evento foi superior a qualquer ausência”

O senhor sentiu a falta de alguém no evento do Centro de Convenções? No caso, o presidente do União Brasil, Antônio Ruedda, o senhor sentiu a falta dele?

Digo a você que o tamanho do evento foi superior a qualquer ausência. Eu acho que o importante é a gente, em um momento como esse, ter ali a emoção, o sentimento de espontaneamente. É um momento de uma prévia em que a sociedade espera que o candidato seja um candidato independente, que ele tenha coragem pessoal e moral para poder transformar o país, para poder refundar essa que realmente perdeu totalmente aquilo que se espera de uma república federativa. Ou seja, uma falta de projetos, uma falta de rumo, uma falta de programa para poder desenvolver o país. Eu acho que é exatamente isso. Não é o momento de discutir se faltou A ou se faltou B. O momento é de discutir que nós tínhamos lá mais de 5 mil pessoas que vieram para ouvir uma mensagem que diz não só o que pretendo, mas aquilo que já fiz e tudo aquilo que eu proponho fazer, como já sendo realmente consolidado no Estado que governo.

“Cada partido tem o seu direito de lançar o seu próprio candidato”

Governador, essa unidade da oposição nacional passa também por convencer o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, a apoiar a sua candidatura. Tem algum tipo de conversa já para isso acontecer? O próprio ex-presidente Bolsonaro, apesar de inelegível, ainda diz que permanece com candidato. Como convencer o PL que o seu nome é o melhor?

Bom, em primeiro lugar, eu não tenho a menor pretensão de convencer partido algum. Cada partido tem o seu direito de lançar o seu próprio candidato, é isso que eu estou buscando junto ao União Brasil. Os demais partidos deverão lançar seus candidatos. Isso é normal no primeiro turno. Quem for para o segundo turno receberá o apoio dos demais. Não existe essa tese de repetir ou querer concentrar no primeiro turno aquilo que é do segundo turno. (No) Primeiro turno, todo partido tem a sua estrutura política, a sua densidade eleitoral, a sua representatividade, e o União Brasil é o terceiro maior partido do país.

Então, cada partido, como é o PL, deverá lançar o seu candidato, o PT deverá lançar o seu candidato, o União Brasil, o PP, o Republicanos e assim por diante. Ou seja, o primeiro turno é um turno onde os partidos, de acordo com as suas determinações programáticas, estatutárias, lançam o seu candidato. Não tem essa necessidade de você, neste momento, achar que você só é candidato no momento que você concentra todas as forças em torno de uma candidatura. Isso é algo que restringiria o sistema eleitoral brasileiro. Isso iria impor uma candidatura só em primeiro turno. Isso é ilógico.

Muito se fala também que o presidente Lula está buscando se aproximar do público evangélico. O senhor teve em Salvador um evento com pastores e com lideranças também. Este também será um foco seu nesta pré-candidatura? 

Olha, eu já tenho o apoio da Igreja Evangélica, da Batista, da Igreja Católica. Eu tenho já uma vida junto a esse segmento, desde o período meu de deputado federal, de senador, de governador do Estado. Então, esse trabalho não é apenas buscar, mas realmente reforçar os laços que eu já tenho com eles e com os quais eu governei o meu estado de Goiás e eles realmente me conheceram também dentro do parlamento. Por exemplo, as posições de Caiado, quando se fala de família, enquanto eu estive lá (na Câmara), a matéria de aborto nunca caminhou.

Minha presença não foi de omissão, foi de enfrentamento na defesa da vida. Momento de situação, por exemplo, de jogos, que hoje prolifera cada vez mais, não foi a posição do Caiado. Em momentos importantes dentro da comissão, no Senado, eu fui o primeiro a me posicionar ao contrário e a derrubar o projeto dos jogos de azar ali naquela Casa. Então, isso tudo, junto à segurança pública, que dá segurança à vida das pessoas, tudo isso é proteção da família. E isso eu não falo apenas em discursos, isso aí eu provo com minhas ações que ocorreram durante toda a minha vida.

O governador Jerônimo falou com o senhor durante esses dias na Bahia?

Não. Realmente, eu respeito a posição partidária dele. Ele deu todo apoio na área de segurança. Minhas palavras são de agradecimento por toda estrutura que foi dispensada em todo o momento em que estive na cidade de Salvador, mas realmente não tivemos nenhum contato.

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