11 maio 2025
Apesar de o “casamento” encontrar óbices em 14 estados, incluindo a Bahia, o deputado federal José Rocha acredita que a federação entre o partido dele, o União Brasil, e o PP deve ser anunciada oficialmente ainda em abril. Ele afirmou que, caso o acerto entre as cúpulas das duas siglas seja fechado em Brasília, o controle em solo baiano deve ficar com o deputado federal Paulo Azi, que hoje comanda o União Brasil no âmbito estadual e é fortemente ligado ao ex-prefeito de Salvador ACM Neto, vice-presidente nacional da legenda.
“Acho que está praticamente fechado, mas está apaziguando ainda algumas questões locais, nos estados. Eu sou a favor da federação porque vejo que fica bom para o União Brasil na Bahia. A gente tem condições de aumentar a nossa bancada, e acaba com a pretenção de o PP ingressar na base do governo do Estado. Até porque o comando da federação deve ficar com o nosso partido, com Paulo Azi”, declarou José Rocha em conversa com o Política Livre.
A maioria do PP da Bahia é contra a federação justamente por desejar que o partido ingresse de forma institucional na base do governo Jerônimo Rodrigues (PT). Todos os deputados estaduais pepistas já são aliados do Palácio de Ondina, assim como grande parte dos prefeitos. O presidente da legenda no Estado, deputado federal Mário Negromonte Júnior, também é contrário. A ala favorável é capitaneada pelo deputado federal João Leão e pelo secretário de Governo da Prefeitura de Salvador, Cacá Leão, aliados de ACM Neto e do prefeito de Salvador, Bruno Reis (União).
José Rocha sugeriu que, se a federação virar uma realidade, uma janela partidária pode ser aberta ainda este ano para a saída dos parlamentares que estiverem insatisfeitos com o “casamento”. “Estamos discutindo se será permitida a saída de deputados sem o risco de perda de mandato, até para aliviar as resistências daqueles que são contra a união”.
Divergências nos estados
Além da Bahia, a federação, instrumento no qual os partidos atuam como um só durante o prazo mínimo de quatro anos, encontra resistências em estados como Paraíba, Paraná, Acre, Pernambuco e Ceará. O principal motivo são os divergentes posicionamentos políticos locais.
No Acre, por exemplo, a federação será liderada pelo governador Gladson Cameli (PP). Ele trabalha o nome da vice-governadora Mailza Assis (PP) para a sua sucessão, mas o União Brasil tem como pré-candidato o senador Alan Rick, filiado à legenda e líder nas pesquisas
Já no Ceará, o União Brasil, liderado pelo ex-deputado Capitão Wagner, faz oposição ao governador Elmano de Freitas (PT), mas o PP integra a base petista.
Apesar dessas questões locais, o presidente nacional do PP, senador Ciro Noguelra (PI), é a favor da federação, de olho em fortalecer o posicionamento no Congresso Nacional e mirando um espaço como candidato a vice-presidente numa chapa de oposição ao governo Lula (PT).
Política Livre