Foto: Joédson Alves/Agência Brasil/Arquivo
Débora Rodrigues Santos é acusada de pichar "Perdeu, mané" com batom vermelho na estátua da Justiça na Praça dos Três Poderes 28 de abril de 2025 | 18:30

Mais de 70% consideram injusta pena de 14 anos a mulher que pichou estátua do STF, diz pesquisa

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Mais de 70% dos brasileiros consideram injusta a pena de 14 anos aplicada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) à cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de ter pichado a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, que fica em frente ao prédio da Corte, durante os atos golpistas de 8 de Janeiro de 2023.

Levantamento do instituto Paraná Pesquisas, obtido pela Coluna do Estadão, aponta que 58,5% dos entrevistados ficaram sabendo da prisão. Destes, 70,8% responderam que “não é justo” a cabelereira ficar 14 anos na cadeia. Outros 25,7% acharam justo, e 3,6% não souberam ou não quiseram opinar. O índice de confiança é de 95%, com margem de erro de 2,2 pontos porcentuais.

Débora virou um símbolo para o bolsonarismo, que defende a aprovação de um projeto de lei no Congresso para anistiar todos os que participaram dos ataques aos prédios dos três Poderes.

A fixação da pena para a cabelereira causou divergências na própria Corte. A condenação a 14 anos de prisão, que alcançou maioria na Primeira Turma, foi defendida pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Luiz Fux votou por uma reclusão de um ano e seis meses, enquanto Cristiano Zanin sugeriu 11 anos.

8/1 foi golpe?

O levantamento também mostra que 32,8% consideram que os participantes dos atos de 8/1 já ficaram presos tempo suficiente para pagarem pelo erro e, portanto, devem ser soltos. Outros 31,8% defendem mais 15 anos de prisão para os condenados, 29,1% disseram que essas pessoas não deveriam ter sido presas porque em invasões de prédios públicos no passado não houve prisões e 6,3% não quiseram responder ou não souberam opinar.

Quando questionados sobre o que aconteceu no 8 de janeiro, 35,9% classificaram o episódio como um “ato irresponsável por não concordar com o resultado da eleição”; 29,5% disseram que foi “uma tentativa de golpe de Estado para tomar o poder”; 27,9% consideraram que houve “vandalismo e quebra-quebra”; e 6,7% não responderam ou não opinaram.

Roseann Kennedy/Iander Porcella/Estadão
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