11 maio 2025
A semana pós-feriadão de Páscoa promete ser decisiva nas negociações entre as lideranças nacionais do PP e do União Brasil sobre a criação da federação entre os dois partidos. Segundo fontes das siglas ouvidas pelo Política Livre, se não houver um entendimento até sábado (26) para solucionar os impasses nos estados, a tendência é que haja o desmanche das tratativas.
No PP, existem divergências em ao menos 13 estados. A Bahia é um deles. Se a federação for concretizada, o grupo liderado pelo ex-prefeito de Salvador ACM Neto terá o controle do grupo, visto que o União Brasil tem mais deputados federais. O impasse se dá porque a maioria dos pepistas deseja marchar com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2026.
Apesar do otimismo a favor da federação do presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), representantes da legenda na Bahia acreditam que o cacique tem sido muito pressionado internamente e anda irritado com resistências do União Brasil em algumas unidades federativas. Isso representaria uma esperança de que os dois partidos não cheguem a um entendimento.
“No que diz respeito aos deputados federais, ninguém vai ficar contra Ciro, mesmo aqueles que são contrários à federação. Então, a decisão, mesmo que seja a favor dessa união, será acatada. Ciro está pensando exclusivamente no cenário federal e mira uma posição de vice numa eventual chapa de oposição ao presidente Lula em 2026. Já os deputados estaduais devem procurar outro partido caso haja a federação”, disse uma fonte pepista ao site.
Dos deputados federais do PP, Mário Negromonte Júnior, presidente do partido na Bahia, é a principal voz contrária à federação. Cláudio Cajado tem evitado se manifestar, embora esteja próximo de Jerônimo. Já o deputado João Leão é a favor do “casamento” de quatro anos com o União Brasil.
No feriadão de Páscoa, ao participar de uma corrida em Santo Estêvão, ACM Neto afirmou acreditar que a federação seja anunciada na próxima semana. Ele também situou o novo grupo como de oposição ao PT nos planos nacional e estadual.
Ou seja, o principal líder político da oposição na Bahia descartou a possibilidade de um palanque duplo no Estado no pleito de 2026, descartando que deputados do PP tenham liberdade para apoiar Jerônimo, por exemplo. Uma das alternativas para os insatisfeitos seriam abrir uma janela partidária de desfiliação ainda este ano.
Vale lembrar que no União Brasil também existem resistências, por questões regionais, à federação em alguns estados. Em Pernambuco, por exemplo, o deputado federal Mendonça Filho, que sempre foi próximo de ACM Neto, ameaça deixar a legenda se o “casamento” com o PP for consumado.
Política Livre