8 junho 2025
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB) afirmou que há na sociedade “um clamor” pela diminuição da quantidade de partidos políticos e pontuou que, nesse contexto, as federações “garantiram uma forma contracta”, já que houve a junção “dos iguais, dos parecidos, dos similares e dos primos políticos”.
Em conversa com este Política Livre, nesta segunda-feira (26), durante a entrega do título de cidadã baiana à cantora Alcione, na Assembleia Legislativa da Bahia, a parlamentar reforçou que a federação “é quase uma inevitabilidade”. O PCdoB faz parte da Federação Brasil da Esperança junto com mais dois partidos: o PT e o PV.
Perguntada sobre a possibilidade do fim da federação, conforme defendem setores do PT, sob o argumento de que a experiência não foi benéfica para a sigla, Alice Portugal foi na mesma linha do colega de partido Daniel Almeida e negou a existência de conversas em andamento com esse indicativo. A deputada confirmou à reportagem que o “burburinho” surgiu em Brasília.
“Houve uma opinião de um líder nacional sobre isso, mas logo depois isso foi sanado. A direção do PT tem falado a favor das federações, ministros, etc. Nós também fazemos parte da Federação Brasil da Esperança e pretendemos continuar”, resumiu. A parlamentar disse, ainda, achar “muito difícil as federações serem abaladas para esse cenário eleitoral próximo”, em referência à eleição majoritária de 2026.
Fim da reeleição
Durante a entrevista, Alice Portugal também defendeu o fim da reeleição e admitiu que na Câmara dos Deputados “há um sentimento de que há muitas eleições em pouco tempo”. A PEC 12/2022, que propõe o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito e estabelece um mandato de cinco anos para esses cargos, assim como para os parlamentares, além das eleições unificadas para todos os cargos a partir de 2034, foi aprovada na última quarta-feira (21), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal. A matéria ainda vai para análise em plenário, com pedido de urgência.
“Eu acredito que tem muita chance de passarem essas modificações, mas ela não é uma modificação que se dê com discussão rápida. Então, vamos ter que ter talvez alguns meses de dedicação nesse segundo semestre para que essa discussão se aprofunde”, projetou.
Sobre o aumento do mandato de quatro para cinco anos, a deputada Alice Portugal reforçou que o tempo “é de bom tamanho”. “Você tem países com democracias consolidadas que o mandato é cinco anos, sem reeleição. Então, eu acredito que se forem cinco anos sem reeleição, isso não é uma posição partidária, é minha opinião, acho de bom tamanho. O governante tem tempo de se consolidar, o parlamentar tem tempo de entregar os seus projetos com votação até o fim e, efetivamente, nós teríamos uma possibilidade maior de consolidação de opiniões. Então, especialmente para o Executivo porque o Legislativo não é temerário você ter reeleição, mas para o Executivo, cinco anos sem reeleição, acho de bom tamanho, acho bastante maduro”, frisou.
Carine Andrade/Política Livre