21 maio 2025
A Corrente majoritária do PT, CNB (Construindo Um Novo Brasil), lança na noite desta sexta-feira (09), na sede do partido, no Rio Vermelho, em Salvador, o nome de Jonas Paulo à presidência do PT na Bahia. Mesmo prevista para o dia 06 de julho, a eleição tem se tornado um verdadeiro Bavi dado os seus desdobramentos, que incluem retiradas de pré-candidaturas e críticas quanto a não existência de “uma nome natural” para suceder a controversa gestão de Éden Valadares.
A este Política Livre, o vice-presidente nacional do partido, Everaldo Anunciação, revelou com exclusividade que a candidatura de Jonas Paulo, que foi presidente por dois mandatos (2007 a 2012), vem para “quebrar” a hegemonia do grupo de Éden que, segundo ele, “comprovadamente falhou em termos estratégicos”.
“Tássio foi parte dessa direção atual, num cargo tão importante como o de presidente, já que ele é tesoureiro. A política dos últimos seis anos, mesmo sendo tratada de uma mudança geracional, não atingiu o seu objetivo, tanto é que a base do PT reclama da falta de estratégia de fortalecimento junto à militância e suas bases”, afirmou Everaldo.
Everaldo Anunciação seguiu dizendo que o apoio a Tássio Brito significa “correr o risco” de o PT reviver “uma estratégia que não funcionou há seis anos atrás”.
Vale destacar que Tássio Brito tem como fiador uma das maiores lideranças do PT na Bahia, o senador Jaques Wagner que, publicamente, lançou sua pré-candidatura. Após o movimento encabeçado por Wagner, quatro pré-candidatos à presidência da legenda anunciaram desistência em favor do secretário de finanças.
Ainda de acordo com Everaldo Anunciação, a escolha do nome de Jonas Paulo deveu-se ao legado à frente do partido, além de sua experiência. “Tanto a chapa de Tássio quanto a de Jonas têm o mesmo objetivo: ampliar a bancada federal e estadual e proporcionar à reeleição de Jerônimo Rodrigues. O que difere é o método”, frisou.
Perguntado se o fato de Tássio Brito ser um militante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) influenciou a decisão da CNB, Everaldo Anunciação admitiu que “isso traz um peso, mas não é um fator principal”.
“A conjuntura é delicada, é um grande movimento que tem um grande papel social no Brasil de mudar a reforma agrária. Um nome do MST, a gente tem que ter um cuidado para não substituir os atores. O PT é um partido político, o MST é um movimento social. O MST não pode ter hegemonia no partido”, cravou.
Carine Andrade, Política Livre