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Trump diz que vai vencer queda de braço com Harvard e chama os alunos de fora de 'lunáticos'
Trump diz que vai vencer queda de braço com Harvard e chama os alunos de fora de 'lunáticos'
Por Julia Chaib/Folhapress
26/05/2025 às 19:00
Foto: Reprodução/Instagram

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (26) que o governo vai vencer as disputas judiciais contra a Universidade Harvard, uma das mais prestigiosas do mundo, que está na mira do republicano por ter rejeitado exigências que interferiam na gestão da instituição.
Trump disse que espera da instituição uma lista de alunos estrangeiros para que o governo possa analisar "quantos lunáticos radicalizados causadores de problemas" não deviam ter sido admitidos no país.
O presidente voltou a mencionar os estrangeiros depois de seu governo proibir a matrícula de alunos de outros países na instituição —medida bloqueada temporariamente pela Justiça.
"Ainda esperamos as listas de estudantes estrangeiros de Harvard para que possamos determinar, após um gasto ridículo de bilhões de dólares, quantos lunáticos radicalizados, todos causadores de problemas, não deveriam ser readmitidos em nosso país", escreveu ele na sua rede social, a Truth Social.
"Harvard está muito lenta na apresentação desses documentos, e provavelmente por um bom motivo! A melhor coisa que Harvard tem a seu favor é que eles procuraram e encontraram o juiz absolutamente melhor (para eles!). Mas não se preocupem, o governo, no final, vencerá!"
No domingo, Trump defendeu a decisão da semana passada de impedir a matrícula de estrangeiros e pressionou a universidade a abrir os dados dos alunos de outros países. "Por que Harvard não diz que quase 31% de seus estudantes são de países estrangeiros, e ainda assim esses países, alguns deles nada amigáveis com os EUA, não pagam nada pela educação de seus estudantes e não pretendem fazê-lo?", afirmou em outra postagem, no domingo.
Em Harvard, onde 27% dos alunos são estrangeiros, o dinheiro pago pelos alunos estrangeiros ajuda a subsidiar bolsas para americanos de baixa renda. No total, havia 6.700 estudantes internacionais na universidade em 2024.
De acordo com dados do Escritório Internacional de Harvard (com a ressalva de que podem não representar a totalidade dos números), a nacionalidade estrangeira mais presente entre os estudantes é a chinesa. São 1.282 alunos vindos da China, seguidos por 555 canadenses, 467 indianos, 252 sul-coreanos e 242 britânicos. O mesmo levantamento contabiliza 123 brasileiros matriculados em Harvard.
As exigências feitas pelo governo federal a Harvard são descritas pela universidade como um ataque à liberdade acadêmica e à liberdade de expressão. Especificamente, Trump busca saber se estudantes estrangeiros participaram de protestos pró-Palestina, classificados pelo governo de antissemitas, com o objetivo declarado de expulsá-los da instituição e do país.
Ainda nesta segunda, Trump disse avaliar a retirada de US$ 3 bilhões de subsídios à universidade e repassar o montante a escolas técnicas. "Estou considerando retirar US$ 3 bilhões em verbas de subsídios de uma Harvard muito antissemita e entregá-los a escolas técnicas por todo o nosso país. Que grande investimento isso seria para os EUA, e tão necessário!", escreveu ele.
Quando anunciou a proibição de estudantes estrangeiros em Harvard, a secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, disse que os alunos que já estudam na universidade serão obrigados a se matricular em outra instituição, sob pena de verem seus vistos estudantis revogados.
Na carta que enviou à instituição, Noem disse que "Harvard teve ampla oportunidade de fazer a coisa certa, mas se recusou". A secretária afirma que a proibição de aceitar alunos estrangeiros se justifica por ser uma resposta a supostas ações da universidade que "perpetuam um ambiente no campus que é hostil a estudantes judeus, apoia o [grupo terrorista palestino] Hamas e utiliza políticas racistas de diversidade".
Nas últimas semanas, o governo Trump congelou ou rescindiu contratos e subsídios federais à universidade que somam quase US$ 3 bilhões. Somente no último dia 20, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos cortou US$ 60 milhões em repasses federais destinados à instituição de ensino.
