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Brasil quer se candidatar a trazer ONU Mulheres para Brasília, diz presidente do TCU
Brasil quer se candidatar a trazer ONU Mulheres para Brasília, diz presidente do TCU
Por Adriana Fernandes/Folhapress
29/07/2025 às 15:15
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo

O presidente do TCU (Tribunal de Contas da União), ministro Vital do Rêgo, disse ao C-Level, do jornal Folha de S.Paulo, que o Brasil pode se candidatar a trazer a ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e aos direitos das mulheres.
Segundo o ministro, o tema está sendo discutido no âmbito da iniciativa ONU 80, lançada pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em 2025 –ano em que a organização faz 80 anos.
Vital do Rêgo disse que está sendo discutida uma descentralização de alguns escritórios da ONU para outros países no novo modelo de reestruturação da organização dentro da ONU 80.
O presidente do TCU disse que a discussão para trazer a ONU Mulheres é ainda incipiente, mas já tratou do tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. "A ONU Mulheres é um escritório muito grande, e o presidente da República deu sinal verde para apresentar um projeto dentro da ONU 80", disse.
O ministro explicou que no processo de descentralização uma das possibilidades é a ONU abrir escritórios que possam oferecer condições boas para o seu funcionamento.
"Eu coloquei para o secretário Guterres na audiência que tive com ele, que nós [o Brasil] desejaríamos nos candidatar para receber a ONU Mulheres. O Itamaraty já está cuidando disso internamente. Estamos fazendo um grupo de trabalho com o Itamaraty e o Ministério da Gestão e Inovação para ver a possibilidade de levar um projeto pronto e acabado", informou.
O Brasil já conta um escritório regional da ONU Mulheres no Brasil, localizado no Complexo Sérgio Vieira de Mello, no Setor de Embaixadas, em Brasília. Mas, de acordo com o presidente do TCU, a ideia é trazer o órgão "como um todo".
O presidente do TCU participou, na semana passada, de reuniões na ONU, quando se encontrou com o secretário-geral. A Corte de Contas brasileira participou de uma auditoria internacional nas finanças da ONU.
"Um funcionário trabalhando em Nova York é 30% mais caro do que fora. Nesse campo de racionalizar despesas, a ONU projeta se distribuir no mundo inteiro", explicou.
"Falamos lá com o secretário-geral sobre a proposta e ele recebeu muito bem", afirmou. Segundo Vital do Rêgo, Brasília tem uma grande quantidade de prédios subutilizados. O presidente, no entanto, não deu detalhes sobre a estratégia que será usada para atrair a ONU Mulheres para o Brasil.
A ONU anunciou, em junho passado, que reduzirá drasticamente seus programas de ajuda neste ano, após "os piores cortes financeiros" já sofridos. A situação é resultado, em grande parte, da decisão dos Estados Unidos de reduzir suas doações ao órgão —os cortes operados por Donald Trump também afetaram entidades e agências ao redor do mundo que dependem de ajuda financeira para sobreviver.
O novo plano da ONU tem um orçamento de US$ 29 bilhões (R$ 161 bilhões), abaixo dos US$ 44 bilhões (R$ 244 bilhões) solicitados para 2025.
A decisão de Trump de encerrar ou reduzir a assistência financeira americana afetou todo o setor global de assistência humanitária. Por muitos anos, os EUA foram os maiores doadores desses programas.
