Capitão Alden critica operação da PF contra Bolsonaro e fala em perseguição política

Vice-líder da oposição na Câmara, o deputado Capitão Alden (PL) criticou a operação da Polícia Federal (PF) realizada na manhã desta sexta-feira (18) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o parlamentar baiano, a ação representa “uma tentativa de neutralizar a principal liderança política de oposição ao governo federal”.

“Esta ação conduzida pela PF, a mando da ‘Justiça’, representa uma clara tentativa do jogo político, o único candidato capaz de enfrentar e derrotar o ‘descondenado’ Lula”, afirmou Alden.

A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e na sede do PL, em Brasília, além da aplicação de medidas cautelares. Por determinação do ministro, Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento domiciliar noturno e nos fins de semana.

Segundo Alden, a decisão ignora aspectos humanitários e processuais. “Jair Messias Bolsonaro é um homem idoso, com graves problemas de saúde, que não representa qualquer risco de fuga, está colaborando e se fazendo presente a todos os atos do processo e, portanto, não caberia qualquer medida restritiva de liberdade ou de acesso às redes sociais”, disse.

O deputado também relacionou a operação ao momento internacional do país. “A operação ocorre num momento em que o Brasil já enfrenta uma crise diplomática e comercial com os Estados Unidos, agravando ainda mais a deterioração da imagem internacional do país”, afirmou, ao classificar as medidas como parte de uma “escalada autoritária”.

Alden defendeu que organismos internacionais se manifestem diante do que chamou de abusos cometidos pelo Judiciário. “A atuação do ministro Alexandre de Moraes já extrapolou todos os limites do aceitável, configurando uma ameaça direta às liberdades civis e à normalidade democrática no Brasil”, acrescentou.

Para o deputado, as ações do STF alimentam a percepção de perseguição contra adversários do governo. “Condutas como esta apenas acentuam a percepção de que há em curso uma perseguição política contra aqueles que se contrapõem ao atual governo, que por sua vez continua se calando diante da corrupção, do aumento da violência e do desmantelamento das instituições”, opinou.

“Não compactuarei com nenhuma ação que ameace esses princípios ou que busque demolir a verdadeira oposição do país. Seguiremos atentos e vigilantes para que o Brasil não sucumba a interesses autoritários, que fazem uso indevido da força pública para destruir lideranças políticas que ainda representam uma real ameaça à perpetuação do poder de grupos corruptos”, completou Alden.